Edição 194
Tradicionalmente conhecidos por sua fama de conservadores, os clientes corporate não mudariam de perfil justo em um período marcado por forte volatilidade na Bolsa e altas de juros e inflação. “Assim como foi observado em outros segmentos, no caso dos clientes corporate também houve uma tendência de saída dos fundos tradicionais de renda fixa, atrelados a títulos pré-fixados, e de ingresso nos fundos DI”, afirma Érico Rocha Capelo, superintendente de administração de fundos da renda fixa do Itaú. A asset liderou o ranking das instituições com mais recursos de clientes corporate sob gestão, com R$ 22,902 bilhões no encerramento do primeiro semestre. O montante representa expansão de 16,13% em seis meses e de 29,99% em um ano.
Eduardo Palma, superintendente de produtos do Itaú, comenta que a demanda dos clientes corporate é pela administração dos recursos excedentes com o menor risco associado ao mercado. “O objetivo da aplicação é a preservação e a atualização deste excedente”, afirma.
Segundo o executivo, já é possível sentir algum interesse dos clientes corporate por mais risco, o que, na sua opinião, decorre da formação de um excedente maior. “Mas esse movimento ainda é muito tímido, está apenas começando”, ressalva.
Middle corporate – A tendência conservadora também pode ser sentida entre as empresas de menor porte. “O segmento de empresas, e particularmente o de middle market, não pode sofrer muito com a volatilidade. Porque, mais cedo ou mais tarde, o objetivo é injetar recursos na empresa, quando aparecer uma boa oportunidade”, diz Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição de produtos da BB DTVM, que liderou o ranking entre as assets com maior volume de recursos de middle market sob gestão. A gestora encerrou o primeiro semestre de 2008 com R$ 8,626 bilhões nesse segmento, um crescimento de 14,81% em seis meses.
Segundo o executivo da área de gestão do Banco do Brasil, como a economia do País está bem este segmento também está passando por um processo de capitalização, de geração de riqueza. “Por isso, a tendência é de que o volume captado se eleve nos próximos meses e anos”, explica Takahashi. Ele diz que os clientes middle market aplicam principalmente em fundos com duas características: os de renda fixa, compostos por títulos públicos e privados, e os de curto prazo, que trazem facilitadores de gestão como resgate e aplicação automáticos. “Essas operações facilitam na gestão do fluxo de caixa das empresas”, explica Takahashi sobre as aplicações e resgates automáticos.