Edição 122
O mercado de administração de recursos de terceiros encolheu no primeiro semestre deste ano, passando de R$ 430,8 bilhões em 31 de dezembro do ano passado para R$ 394,3 bilhões em 30 de junho deste ano, uma queda de 8,42%. Pesaram contra a indústria de gestão de recursos uma série de fatores adversos, a começar pela crise da Argentina, que se arrasta desde o ano passado afugentando os investidores externos, até as fraudes descobertas nos balanços das empresas norte-americanas e européias, com reflexos nos investimentos do mundo inteiro, e finalmente o instável processo eleitoral brasileiro, que tem feito as cotações oscilarem a cada resultado de pesquisa divulgado.
Eu disse finalmente? Não, ainda falta registrar a onda de perdas que tomou conta do mercado nos últimos meses por conta do processo de marcação a mercado dos papéis de renda fixa. Até o dia 30 de junho, pelo menos R$ 30 bilhões deixaram a indústria de fundos rumo a outros portos, alguns no exterior. Por conta desse conjunto de fatos, o mercado de administração de recursos fechou o primeiro semestre do ano mais pobre do que começou.
Entre essas duas datas, referências do nosso TOP ASSET atual e anterior, algumas área tiveram um desempenho bastante inferior à média. É o caso, por exemplo, dos fundos abertos, que caíram de R$ 218,2 bilhões no final do ano passado para R$ 197,5 em 30 de junho último, numa queda de 9,6%. As carteiras administradas passaram de R$ 65,5 bilhões para R$ 49,2 bilhões, um declínio de 24,8%. Outra grande queda foi a de fundos off-shore, que somava pouco mais de R$ 11 bilhões no final do ano passado e caiu para R$ 7,9 bilhões neste ano, numa redução de 28%.
CLIENTES – Quanto aos clientes, os recursos totais dos fundos de pensão em mãos das assets somavam R$ 92,9 bilhões ao final do ano passado, tendo descido para R$ 78,8 milhões no último dia de junho, uma queda de 15,1%. Bem, parte dessa queda poderia ser atribuída a uma nova classificação que passamos a fazer para esta edicão, incluíndo setores que até agora não eram segregados, como os regimes próprios de estados e municípios.
Outros dois novos segmentos que não pesquisávamos antes e que foram incluídos nesta pesquisa são o middle market e o poder público. No TOP ASSET anterior eles não eram pesquisados de forma segregada, e provavelmente aparecessem dentro de outras áreas. Assim, uma parte sifnificativa dos recursos que deixaram algumas áreas podem estar, na verdade, apenas se apresentando com uma roupa nova!
Nossos critérios
As informações apresentadas neste 10º Ranking Top Asset representam a posição de cada gestor no dia 30 de junho de 2002, prestadas por eles próprios à nossa área de pesquisa. O ranking engloba unicamente os recursos discricionários administrados pela empresa, ou seja, aqueles sobre os quais ela possui mandato do cliente para movimentar.
A seguir, uma explicação sobre cada item do ranking:
– Maiores e mais focados
Maiores por segmento: são aqueles que detêm o maior volume de recursos na área referida.
Mais focados por segmento: são os que têm na área referida as maiores concentrações em relação ao total de recursos administrados.
– Recursos Administrados
Total: Soma dos recursos discricionários administrados pela instituição.
– Por produtos
Fundos Abertos: abertos ao público, sob a forma de condomínios.
Fundos Exclusivos: voltados a investidores institucionais ou qualificados.
Carteiras Administradas: carteiras de investimentos de pessoas físicas, jurídicas ou instituição entregues à administração do gestor.
Fundos Imobiliários: voltados para investimentos no setor imobiliário.
Fundos Off-Shore: com registro externo, captam recursos no mercado externo para investimentos no Brasil.
Fundos de Private Equity: não abertos ao público, investem em empresas de capital fechado e têm prazo de carência para resgate das cotas.
Anexo IV: recursos vindos dos investidores externos diretamente para as bolsas, sem passar por fundos.
Outros ativos: que não se enquadram nos conceitos acima.
– Por cliente
Previdência Fechada: fundos de pensão, de patrocinadores privados, mistos ou estatais ou multipatrocinados, controlados pela SPC.
Previdência Aberta: empresas ou setores que comercializam planos de previdência abertos, controlados pela Susep.
Regimes Próprios de Estados e Municípios: institutos de previdência de estados e municípios, controlados pela SPS.
Seguradoras: empresas ou setores que vendem apólices de seguros.
Capitalização: empresas ou setores que vendem planos de capitalização.
Corporate: recursos captados junto a grandes empresas.
Middle Market: recursos captados junto a médias empresas.
Poder Público: governos e órgãos públicos da administração direta federal, estadual e municipal.
Private: recursos captados junto a clientes da área private.
Varejo: recursos captados através da rede de varejo.
Outros Bancos e Assets: recursos de outras assets, que investem nos FIFs da instituição.
Investidores Externos: recursos de investidores estrangeiros, na forma de fundos ou anexo IV.
Recursos Próprios: recursos dos sócios ou da tesouraria da instituição.
Outros Clientes: que não se enquadram nas classificações acima.
– Por alocação
Títulos Públicos: dos governos federal, estaduais e municipais.
Títulos Privados: pertencentes a empresas privadas.
Ações: ações negociadas em bolsas ou balcão.
Cambiais: moedas e títulos indexados a moedas estrangeiras.
Eurobonds e Bradies: títulos e papéis externos
Assets: recursos aplicados em FIFs de outras assets.
Outros: que não se enquadram em nenhuma das alocações acima.