Edição 122
A BB DTVM lidera o ranking dos maiores gestores de recursos de fundos fechados de previdência, com R$ 20,8 bilhões em carteira, sendo que a maior parte desses recursos são de uma única fundação, a Previ. Assim, tradicionalmente, além de destacarmos a liderança da BB DTVM também enfatizamos o papel do maior gestor privado de recursos de fundos de pensão, o qual vem sendo ocupado pelo Itaú há alguns anos.
O Itaú, com R$ 12,6 bilhões, conseguiu distanciar-se bastante do segundo gestor privado, a UAM, que possui R$ 4,6 bilhões. Para o diretor da área de institucionais do Itaú, Alexandre Zakia, “o Itaú conseguiu, nestes últimos anos, consolidar sua posição como o maior gestor privado de recursos de fundos de pensão”.
De acordo com o diretor administrativo da BB DTVM, Nemésio Altoé, o sistema de previdência fechada tende a crescer bastante no próximo ano, alavancado pela possível capitalização dos regimes públicos de previdência.
Mesmo tendo sido atingidos pelas perdas decorrentes da marcação a mercado, os fundos de pensão foram os que menos sacaram os recursos. A explicação, segundo Altoé, vem do fato de que fundações trabalham com um horizonte de longo prazo e, portanto, não se ressentiram da volatilidade no curto período.
PRIVATE – O Itaú consolida a sua liderança entre os clientes private, com R$ 7,5 bilhões provenientes desse segmento, mais do que o dobro do segundo colocado, o HSBC Brain, com R$ 3,5 bilhões, e três vezes o volume do terceiro, a Hedging-Griffo, que possui R$ 2,5 bilhões. Para o superintendente de private bank do Itaú, Oscar Aldino, as turbulências do cenário econômico não estão afetando os clientes private. A área private do Itaú cresceu 20% no primeiro semestre do ano, incluindo novas captações e valorização do estoque, e 15% quando levada em conta apenas a captação. A expectativa é de um crescimento de cerca de 20% a 25% ao ano durante os próximos anos.
“Ainda existe muita gente não atendida nesse segmento”, diz Aldino. “Tem gente com muito dinheiro que ainda se encontra no varejo bancário”.
De acordo com ele, a área private do Itaú só contrata clientes a partir de R$ 1,5 milhão disponíveis para investimento. As taxas de administração para esse tipo de cliente, que vinha caindo nos últimos tempos, estabilizaram em 0,7% ao ano para uma carteira média, composta por renda fixa, renda variável e derivativos.
De acordo com ele, apesar da estabilidade atual das taxas, ela pode ser temporária. A grande disputa entre as assets nessa área pode levar, a qualquer momento, a uma nova onda de queda das taxas.
MIDDLE MARKET – A BB DTVM é a maior gestora de recursos do middle market, com R$ 4,4 bilhões, seguida pelo Itaú, com R$ 1,4 bilhão, e pelo Safra, com R$ 1 bilhão.
De acordo com Nemésio Altoé, da BB DTVM, os segmentos corporate e middle market dividem o mesmo histórico de perdas com a marcação a mercado.
Mas, segundo ele, apesar dessa proximidade entre os dois segmentos, a saída de recursos das médias empresas dos fundos de investimento foi bem menor que a verificada na área corporate. Isso porque pessoas jurídicas precisam de liquidez e, por isso, necessitam de um tipo de aplicação que lhes dê retorno diário, e não de um CDB ou poupança, que confere ganhos mensais, explica Altoé.
Entre os mais focados, nenhuma surpresa, já que o primeiro lugar ficou com o Banco Industrial e Comercial (Bic Banco), um banco reconhecido por atuar no nicho específico de pequenas e médias empresas, com 24% dos recursos em middle market.