Edição 297
Performance dos Gestores (em pdf)
A Bradesco Asset Management – Bram liderou o ranking Melhores Fundos, elaborado pela revista Investidor Institucional, com o maior número de fundos excelentes. De um total de 88 fundos, a Bram obteve excelência em 31 fundos, sendo 15 de renda fixa, 9 multimercados e 7 de renda variável. Em segundo lugar está o Itaú, que perdeu a liderança nesta edição do ranking com dez fundos excelentes a menos que a Bram. Dos 21 fundos verdes da Itaú Asset, 7 foram de renda fixa, 5 multimercados e 9 de renda variável, segmento no qual a asset superou a Bram. Em terceiro lugar no ranking geral está o Santander com 13 fundos excelentes, sendo 12 de renda fixa e um de renda variável.
Para a Bram, o sucesso de sua gestão nos últimos 12 meses encerrados em junho de 2017 se deve ao fato da asset ter se concentrado em captar todos os bons momentos de cada segmento de ativos dentro de sua carteira. “Fomos bem sucedidos em relação a performance dos nossos principais fundos em todos os segmentos, pois conseguimos captar bem o movimento dessas classes desde meados de 2016”, diz o diretor superintendente da Bram, Vinicius Albernaz. “Isso se deve à retomada da credibilidade do mercado em relação ao governo brasileiro e à política ecônomica do país, o que foi bem capturado nos segmentos de renda fixa e multimercados”, destaca o executivo.
Para Albernaz, o início do que ele chama de uma “normatização da economia do Brasil” gerou bons frutos principalmente para os fundos multimercados, que foram o primeiro foco dos investidores quando esses começaram a olhar para a diversificação conforme a confiança foi sendo restabelecida e os ativos mais conservadores foram perdendo força dentro de suas carteiras. “Esse ano foi dos multimercados, principalmente para quem pode operar diferentes fatores de risco em diferentes mercados, sem especialidade única”, diz.
Já renda fixa, que ainda lidera em relação à performance de fundos, terá que passar por uma modificação em suas estratégias para continuar capturando ganhos no mercado. “O percentual de renda fixa tradicional dentro das carteiras de investidores está muito próximo dos níveis mais elevados historicamente, pois o juro real ainda é alto. Mas estamos passando por um processo gradual de volta ao risco que pode incluir estratégias mais diversificadas. Não será uma mudança radical, mas é um processo gradual de introdução de risco nas carteiras”, explica Albernaz.
O diretor de investimentos da Bram, Ricardo Almeida, ressalta que o fato da asset ter diversos tipos de fundos, seja com gestão ativa ou indexados, ajudou a manter a boa performance geral dos fundos independente do cenário que o país apresentava. “Não tem uma estratégia ou classe de ativos que o investidor queira investir que não estejamos bem posicionados. Temos essa vantagem de ser uma asset multiproduto, que permite que, em um segmento específico, o cliente acesse várias estratégias”, complementa.
A asset do Bradesco também mantém o otimismo para o próximo ano, apostando que renda variável vai voltar com força para as carteiras dos investidores. “Trabalhando com o cenário atual, de uma continuidade da política econômica adotada, os juros ficarão baixos por um bom tempo. E nesse ambiente, a necessidade de diversificação das estratégias se faz mais presente”, diz Ricardo Almeida.
Itaú – O gestor da Itaú Asset, Rodrigo Noel, diz que o que pesou para o bom desempenho dos fundos da gestora nessa edição foi a leitura correta feita pelos especialistas da casa em relação ao cenário prospectivo, que envolveu, entre outras coisas, a aposta em uma forte queda da inflação e dos juros. “Lógico que há 12 meses não tínhamos a percepção do tamanho da queda da inflação, que foi bem maior que todo o mercado e o próprio Banco Central esperava”, diz Noel.
O gestor pondera, contudo, que a leitura correta do cenário por si só não é suficiente para garantir a performance positiva dos fundos. Até mesmo porque existem na grade produtos que sequer tomam um posicionamento direcional para acompanhar determinado movimento do mercado, como os multimercados ‘long short’, que apostam muito mais em fatores micro de empresas específicas selecionados pelos especialistas do que em um comportamento macro da economia.
Santander – O cenário global extremamente benigno para os mercados emergentes fez com que os investidores estrangeiros voltassem a investir no Brasil, já que regiões com juros mais altos acabaram entrando no radar desses investidores, avalia o superintendente executivo de investimentos da Santander Asset, Eduardo Castro. A gestora obteve destaque no desempenho de fundos de renda fixa, e o executivo avalia que apesar de tumultuado, o cenário local também ajudou para que a performance desses fundos se mantivessem positivas mesmo com o início da queda da taxa de juros. “Tivemos evoluções no mercado macroeconômico, apesar de certa volatilidade no lado político”, diz. “A atuação do Banco Central em ancorar a expectativa de inflação futura e da inflação corrente baixa também favoreceu muito posições pré-fixadas ou investimentos em juros reais”, destaca Castro.
A principal estratégia dos fundos de renda fixa do Santander foi de fato acreditar na condução da política econômica do governo e estar sempre com posições acima dos benchmarks. “Isso explica, em grande parte, a performance desses fundos, decorrente de uma leitura de que esse cenário é sólido o suficiente”. Mas Castro alerta para o fato de que o mercado não verá um novo fechamento de juros na ordem que foi apresentada pelo Bnco Central no primeiro semestre deste ano, o que faz com que essas estratégias mais tradicionais percam a força daqui pra frente. “Olhando adiante, ainda vemos prêmio em renda fixa, mas para títulos mais longos. Ainda assim, para que isso ocorra, dependemos da manutenção do cenário externo benigno e da economia local continuar crescendo sem afetar a inflação, com alguma continuidade das reformas”, complementa.
BB DTVM – Na quarta posição do ranking, com 11 fundos excelentes, a BB DTVM conta que o fechamento dos juros foi a principal fonte de rendimento para os fundos de renda fixa e mesmo para os multimercados. Além disso, a forte valorização apresentada pela bolsa de uma maneira geral no período dos 12 meses encerrados em junho também contribuiu para a boa performance dos fundos de ações da asset do Banco do Brasil, que contabilizou 6 fundos verdes no segmento de renda variável. “Todas as estratégias acabaram mostrando um desempenho bastante positivo nos últimos meses, incluindo também fundos com alguma alocação internacional, dado que o cenário externo foi muito favorável, seja no mercado americano ou no europeu, principalmente na parte de renda variável”, diz o diretor executivo da asset, Carlos André.
Entre os fatores que contribuíram para esse bom desempenho dos ativos, Carlos André aponta, no âmbito internacional, a aceleração do ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos, juntamente com a “surpresa” da inflação sob controle, o que arrefeceu a preocupação dos investidores sobre um eventual aperto mais forte da política monetária do Federal Reserve. Além disso, o executivo nota que tanto a Europa como a China mostraram uma dinâmica positiva de suas economias, o que representou um ambiente benigno para os emergentes. No mercado local, a mudança de governo, com a entrada de uma equipe mais alinhada às demandas do mercado, e a retomada da economia com a inflação e os juros em forte queda também são apontados pelo diretor da BB DTVM como razões para a performance positiva apresentada pelos fundos.
Divesificação – Com 6 fundos verdes, sendo 4 de renda fixa e 2 multimercados, a Sul América Investimentos já começou a apostar em fundos mais diversificados de ações de valor, fatoriais e de longo prazo, mas ainda não notou um grande fluxo de entrada de investidores institucionais nesse tipo de produto. “Acredito que estamos bem posicionados com veículos de investimento prontos para quando o investidor quiser voltar a diversificar”, diz o vice-presidente de investimentos da Sul América, Marcelo Mello.
O executivo diz ainda que a asset possui um fundo multimercado que faz alocação em juro nominal, juro real, moedas e bolsa. “É o mais completo da nossa grande. Temos também um fundo que faz uma gestão mais tática de bolsa”, complementa. Marcelo Mello destaca que outra categoria que deve se beneficiar daqui pra frente com o movimento de diversificação dos investidores é a de fundos internacionais. “Acho que essa próxima demanda pela diversificação, os fundos no exterior entram no pacote”, complementa o executivo da Sul América Investimentos.