Edição 231
Nos últimos três anos e meio, o J. Safra Asset Management vem conduzindo um trabalho de sofisticação de sua oferta de produtos. “O banco sempre foi forte na área de investimentos, mas antes tinha uma atuação mais concentrada em fundos mais tradicionais. Ao longo dos últimos três anos e meio, montamos um portfólio com fundos diferenciados, o que vem dando bons resultados”, afirma Márcio Appel, diretor executivo da asset.
Prova disso é que, nesta edição do ranking de melhores fundos, o J. Safra Asset Management ficou em primeiro lugar na lista geral, com 17 fundos considerados excelentes. No levantamento anterior, a gestora também havia conquistado um lugar de destaque – ficou em terceiro lugar, com 12 fundos com o selo verde. Agora, a asset desbancou a Bradesco Asset Management – Bram e o Itaú, ficando no topo do ranking.
O próprio Appel chegou ao J. Safra Asset Management em abril de 2008. No que se refere à plataforma de produtos, ele considera que hoje os segmentos de multimercados e renda fixa já estão praticamente completos. “Temos uma série de multimercados, para os diversos níveis de risco, além de um focado em moedas. Na renda fixa, atuamos de forma bastante ativa tanto em juros quanto em inflação, temos os fundos que só investem em títulos públicos, só em crédito privado ou com uma exposição parcial aos títulos privados”, enumera. Ele completa que, apesar de o segmento de renda variável também ser bastante coberto, existe espaço para o desenvolvimento de novos produtos focados em ações. “Temos uma boa cobertura tanto do ponto de vista setorial quanto de modalidade de gestão, mas podemos vir a identificar outros setores ou estratégias que podem ter fundos dedicados. Estamos sempre abertos a olhar novos produtos”, sinaliza o executivo. O mais recente lançamento do J. Safra Asset Management na renda variável foi o Micro Cap, em dezembro de 2009. Como o nome sugere, o produto tem em carteira empresas de baixa capitalização de mercado.
Gestão fundamentalista – Appel comenta que a gestão do J. Safra Asset Management olha para o médio e longo prazo e tem uma base bastante fundamentalista, com apoio nas análises macroeconômicas. No caso dos fundos de ações, por exemplo, foi feita uma leitura já no fim do ano passado de que a economia brasileira registraria um crescimento mais modesto em 2011, na casa dos 3%. “Trabalhamos com caixa, fizemos um stock picking mais seletivo e saímos dos múltiplos que estavam muito altos”, recorda o executivo. Ele define que a asset conta com um “método de gestão colegiado”, com grande envolvimento da equipe nas decisões. “Costumamos aliar uma análise bottom up a uma top down, juntando com a nossa leitura da parte macroeconômica, que tem sido bastante acertada”, reforça o executivo.
Para este segundo semestre, a gestora tem adotado uma postura cautelosa. Appel lembra que o cenário externo, principalmente na Europa, está bastante complicado – e, diante disso, é preciso se proteger dos “perigos mais prováveis”. “Temos de nos preparar para enfrentar um eventual recrudescimento da crise europeia”, salienta.
Assim como todo o mercado, o J. Safra Asset Management se surpreendeu com o corte promovido na taxa básica de juros na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “Ainda que tenhamos nos beneficiado por conta das posições em NTN-Bs, não achávamos que viria essa queda na Selic”, conta Appel. Vale lembrar que a taxa de juros caiu de 12,5% para 12% ao ano.
Fundos de pensão – Appel afirma que o J. Safra Asset Management presta serviços de gestão para grandes fundos de pensão brasileiros. “É um segmento bastante importante para nós”, diz o executivo. Ele detalha que a maior parte dos negócios nesse segmento se refere a mandatos mais elásticos e flexíveis, principalmente na área de multimercados, em que se permite uma estatégia “mais criativa”. O executivo lembra, ainda, que uma estrutura bastante usada pelas fundações são os fundos exclusivos.
Em agosto deste ano, o J. Safra Asset Management contava com R$ 40,39 bilhões, de acordo com ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).