Edição 202
Com oito fundos classificados como Excelentes, dos quais sete na categoria de renda fixa, o HSBC é o melhor gestor de fundos nesse segmento, mantendo uma posição conquistada no último ranking. E a vitória veio com mais sabor dessa vez, já que no levantamento passado a ativo tinha três fundos verdes em renda fixa, menos da metade do resultado desse ranking, que avaliação o período de 12 meses findos em 31 de dezembro do ano passado. Renato Ramos, diretor de renda fixa do HSBC Global Asset Management, explica que foram apontados nas horas corretas. “O período analisado pelo ranking foi de grandes acertos nos calls”, afirma o diretor.Segundo ele, os quatro fundos do grupo “HSBC Multi” têm estratégia ativa em risco de mercado e são os fundos de renda fixa mais tradicionais, voltados aos fundos de pensão, que trabalham com prefixados e índices de preços, dependentes do momento do mercado e das oportunidades. Já o fundo “Crédito Privado Performance” aplica cerca de 70% da carteira em títulos privados. “Acredito que a seleção de ativos de crédito foi um motivo que levou à boa performance”, avalia Ramos. O Tamisa, por sua vez, conta com uma política bem diferente, porque tem uma carteira bem parecida com o IMA-B5 (que é o benchmark do fundo), ou seja, NTN-Bs com vencimento em até cinco anos. O Fundo de Recebíveis tem carteira composta por FIDCs.Se o HSBC manteve sua posição no pódio, o mesmo não aconteceu com os outros lugares. A Bram, que no ranking anterior aparecia em quarto lugar, ultrapassou o Itaú e o BNP Paribas e agora figura na segunda posição, com quatro fundos Excelentes, o dobro do levantamento anterior. “Na renda fixa uma gestão de liquidez muito acurada nos diversos fundos que administramos. Evitamos participar de muitas combinações de títulos, debêntures e notas promissórias por sentido que os preços praticados não eram adequados. Comparados aos preços do mercado externo, como taxas de retorno eram baixas ”, explica Luis Roberto Zaratin Soares, superintendente executivo de Renda Fixa e Multimercados da Bram.Também na gestão de ativos “mais corriqueiros” como os CDBs, um ativo só comprou papéis com liquidez, o que os outorga no segundo semestre com uma posição de caixa confortável e não sofrer toda a volatilidade que o mercado apresentado. Ele exemplifica a estratégia com o “Bradesco DI Premium”, “a expressão total” dessa política de caixa. “O Premium ficou a maior parte do ano com aproximadamente 50% do fundo com liquidez imediata disponível.” Outro destaque foi o “Bradesco Renda Fixa Target I”, que se aproveitou de operações de termo de bolsa, segundo Soares. “Mudamos um pouco o perfil dessa carteira, sempre olhando para o investidor institucional, e ao causar de fazer enormes posições de risco de mercado como já se fez no passado, focamos neste tipo de operação que oferece um prêmio sobre a curva de juros e , eventualmente, antecipação de vencimento do termo, o que deu bastante resultado na carteira. ” Segundo ele, no segundo semestre de 2008, passou a atuar um pouco mais em operações prefixadas e índice de preços, mas bem timidamente, pois esse é um fundo conservador. O superintendente lembra que, em fevereiro de 2008, um Bram segmentou a gestão de renda fixa e foi criada uma área específica para a gestão de fundos para os institucionais.Outro destaque do pódio é o terceiro colocado: o UBS Pactual, que escalou três posições do último ranking para este. “A característica do UBS Pactual ao longo de toda a sua existência sempre foi de preservar o capital do cliente, o que faz com que consigamos nos destacar em momentos de crise”, avalia Cristiano Cury, diretor do UBS Pactual Asset Management.Segundo ele, num momento de volatilidade um ativo ficar em posições líquidas nos fundos de renda fixa para investidores institucionais, e em posições direcionais em juros. Cury conta que a principal aposta ao longo do ano foi na informação implícita. “Compramos NTN-B e vendemos DI, assim travamos nossa exposição em juros e essa volatilidade não afeta a carteira do cliente. Ficamos expostos apenas a notícia ”, explica. “Foi uma estratégia que deu bastante certo no ano passado.” Em setembro e outubro, quando os juros de juros abriram, porém, um ativo aproveitou para fazer uma pequena em juros, acreditando na volta desse mercado, que segundo Cury foi bem aplicado. “Não montamos uma posição muito grande, por mais que víssemos prêmio no mercado.