Edição 130
Para o diretor executivo da Bradesco Asset Management – Bram, Robert van Dijk, ter 10 fundos de investimento classificados como excelentes no ranking de investidores institucionais representa uma confirmação do acerto da estratégia adotada pela empresa no ano passado. Segundo ele, apesar do clima de otimismo que tomou conta do mercado no início de 2002, a Bram preparou-se para enfrentar um ano difícil onde o vai-e-vem das pesquisas eleitorais deveria resultar em grande volatilidade dos ativos.
Além do aspecto eleitoral, também acabaram contribuindo para o aumento da volatilidade dos ativos em 2002 a antecipação das regras de marcação a mercado dos fundos de renda fixa, o que levou a resgates vultuosos no ano, dos quais a indústria ainda não se recuperou totalmente. No plano internacional, a perspectiva de baixo crescimento econômico dos EUA e dos países industrializados, como conseqüência do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do WTC, também impulsionou a tendência à volatilidade dos ativos.
“Um dos nossos acertos foi priorizar o elemento segurança nos nossos processos de tomada de decisões”, destaca van Dijk. “Optamos por baixar ao mínimo a exposição a risco dos nossos fundos”.
Dos 10 fundos da Bram classificados como excelentes, cinco são de renda variável (Bradesco FIA, Bradesco Shark, Bradesco Institucional IBX, BCN Seguridade e BCN Super Ação FIA) e outros cinco são de renda fixa (Bradesco FIF Target I, Bradesco FIF Plus, Bradesco FIF Plus 1, Bradesco FIF Yield, Bradesco FIF PGBL V30 20).
Segundo van Dijk, a estratégia da Bram para a gestão dos fundos de renda fixa foi consistente com essa visão, de aumento da volatilidade. “Soubemos aproveitar as oportunidades dos movimentos das taxas de juros”, diz van Dijk. “A boa performance dos nossos fundos de renda fixa teve a ver com isso”.
Em renda variável, adotando uma estratégia de análise fundamentalista de empresas, a Bram conseguiu colher excelentes resultados no ano passado, optando por comprar papéis de empresas com receitas em dólar. “Optamos por algumas empresas que estavam subvalorizadas e que eram voltadas para o mercado externo”, explica van Dijk.
Para este ano, a Bram acredita que o cenário ainda continuará difícil, devido ao encaminhamento das reformas que estão sendo prometidas pelo novo governo, entre elas as da previdência, a tributária e a trabalhista. O avanço dessas reformas não se dará de forma linear, deve ocorrer por meio de algumas idas e vindas que irão continuar causando volatilidade no mercado. “Mas, se ao final das contas as reformas avançarem e o governo conseguir aprová-las, isso abrirá caminho para uma etapa de crescimento bastante positivo do mercado de capitais”, diz van Dijk.