Edição 130
O BBA Investimentos, comprado pelo Itaú no final do ano passado, foi o gestor com o maior número de fundos classificados como excelentes. Dos 544 fundos voltados aos investidores institucionais que foram analisados, o BBA teve 15 selecionados como excelentes. Um dos principais acertos da gestão do BBA foi ter apostado que os ativos se tornariam voláteis durante 2002, principalmente à medida que se aproximavam as eleições presidenciais. “A política do PT, naquela época, ainda era bastante negativa”, explica o gerente de renda fixa do BBA Investimentos, Luiz Philipe Biolchini. “Reduzimos a duration dos títulos em carteira de forma a que não ultrapassassem o período das eleições”.
Além disso, o gestor já vinha adotando a política de marcação a mercado dos seus papéis antes que o Banco Central tornasse isso obrigatório. Então, quando isso se tornou uma regra, três meses antes do que previa o mercado, os fundos do BBA car-
regavam praticamente apenas papéis de curto prazo, com vencimento máximo até as eleições.
Entre os fundos do BBA classificados como excelentes estão 5 de renda fixa (BBA DI FIF, BBA Performance FAQ, BBA Balance FAQ, BBA Multi Market FIF, BBA Tesouraria FIF); 1 de renda variável(BBA IBX Inst. FIA); 1 Fiex (BBA Fiex Index); e 8 PGBL (UBS PGBL Composto, PGBL Icatu Hartford Comp 20B, PGBL Icatu Hartford Comp 20C, PGBL Icatu Hartford Comp 20E, PGBL Icatu Hartford Comp 10E, PGBL Icatu Hartford Comp 10C, PGBL Icatu Hartford Comp 10B e PGBL Icatu Hartford Mod C).
De acordo com Biolchini, após a vitória nas eleições o discurso do PT começou a tomar forma mais concreta que agradou ao mercado, levando os gestores a comprarem novamente os títulos do governo, que ofereciam prêmios altos. “Com isso, os fundos renderam bem no último trimestre do ano passado”, explica o gerente de renda fixa do BBA.
No caso dos fundos de renda variável, a estratégia foi selecionar, a partir de análises fundamentalistas, empresa exportadoras que estivessem subavaliadas para compor as carteiras. “Posicionamos nossas carteiras em empresas exportadoras, com receitas em dólar, principalmente aquelas que estavam abaixo do preço justo”, conta o gerente de renda variável do BBA Investimentos, Alexandre Leal.
Segundo ele, a depreciação do câmbio no ano passado ajudou muito os resultados dessas empresas e, conseqüentemente, seu desempenho nas bolsas de valores. Entretanto, a seleção das empresas seguiu sempre um critério de não elevar em demasia o risco das carteiras, diz.
Para este ano, Leal considera que o desempenho da economia irá depender da capacidade do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, de levar adiante as reformas prometidas. “Se as reformas caminharem na direção certa, a possibilidade de alta nas bolsas é grande”, raciocina ele. “Apesar da queda do risco País nos últimos meses, ele ainda é alto e pode cair muito mais se as reformas caminham na direção correta”.