
Pesquisa realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para conhecer como o público avalia o comportamento ético dos profissionais que atuam no mercado de capitais brasileiro, assim como a eficácia do sistema regulatório e de proteção aos investidores, concluiu que a percepção não é boa. Numa escala de 1 a 5, na qual 1 representa uma percepção muito negativa, 2 negativa, 3 razoável, 4 positiva e 5 muito positiva , as médias ficaram abaixo de 3.
A pesquisa foi coordenada pela Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade (ASA) da autarquia, que ouviu 1.526 pessoas entre os dias 28 de abril e 19 de maio último. Desse público, 25% declararam atuar profissionalmente com atividades reguladas pela CVM e 75% não.
Em relação ao comportamento ético dos profissionais que atuam no mercado de capitais brasileiro, no qual a escala vai de 1 (nada íntegro) a 5 (completamente íntegro), o indicador médio foi de 2,57, inferior à escala 3 (razoavelmente íntegro). O indicador médio dado pelos 25% que atuam em atividades reguladas pela CVM foi de 2,97 enquanto o indicador dos que não atuam em atividades reguladas foi de 2,44.
Dos profissionais avaliados, conselheiros e diretores de cias abertas receberam a nota 2,67; auditores independente a nota 2,88; gestores e administradores de fundos de investimentos a nota 2,58; assessores de investimento a nota 2,17; analistas de valores mobiliários a nota 2,69; e consultores de valores mobiliários a nota 2,67.
Em relação à eficácia do sistema regulatório e de proteção aos investidores, no qual a escala vai de 1 (nada eficaz) a 5 (completamente eficaz), o indicador médio foi de 2,34, inferior à escala 3 (razoavelmente eficaz).
Dos sistemas de proteção avaliados, os padrões e práticas contábeis receberam a nota 2,87; padrões e práticas de governança coorporativa a nota 2,68; padrões e práticas de auditoria independente a nota 2,71; transparência e qualidade de informações financeiras ao investidor a nota 2,59; regulação do mercado a nota 2,63; supervisão e sanção do mercado a nota 2,24; direitos e proteção legal do investidor a nota 2,36.
“Essa pesquisa, que será realizada periodicamente, destaca a importância e o interesse do público externo no assunto. Usaremos esse trabalho para fomentar discussões e ações que contribuam para a melhora na percepção de integridade dos mercados e participantes regulados”, afirmou Bruno Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade da CVM.
Para Rafael Oliveira, inspetor da Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade, “vale destacar que as informações obtidas na pesquisa permitem não apenas compreender a percepção média do público externo, como também contar com mais subsídios para direcionar ações da CVM que contribuam para ampliar a integridade dos mercados regulados.”
Para ver a pesquisa na íntegra, clique aqui