
As ofertas de debêntures incentivadas pela lei 12.431 somaram R$ 97,3 bilhões nos primeiros oito meses do ano, crescimento de 10,4% em relação ao mesmo período em 2024. Considerando apenas o mês de agosto, as empresas captaram R$ 8,5 bilhões. Tanto o volume do ano quanto do mês são recordes, segundo os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os setores de energia elétrica (35,5%) e transporte e logística (29,8%) respondem pela maior fatia das captações no ano, com saneamento (11,4%) e TI e Telecomunicações (6,1%) aparecendo em seguida. O prazo médio de vencimento dos papéis chegou a 12,5 anos, bem acima da média de 5,3 anos observada nas debêntures corporativas (sem benefício fiscal) no mesmo intervalo.
No mercado secundário, as negociações das debêntures incentivadas somaram R$ 223,6 bilhões ano acumulado do ano até agosto, montante 26,2% superior ao contabilizado em igual período em 2024. Considerando apenas o mês de agosto, o volume foi de R$ 25,9 bilhões.
“Os volumes recordes evidenciam o papel estratégico das debêntures incentivadas no financiamento de longo prazo das empresas. E o mercado secundário cada vez mais líquido torna o instrumento ainda mais atrativo, já que os papéis podem ser vendidos rapidamente, sem a necessidade de o investidor carregar os títulos até o seu vencimento”, afirma Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da Anbima.
Com e sem incentivo – Somadas as ofertas de debêntures com e sem incentivo fiscal, o total registrado nos primeiros oito meses do ano alcançaram R$ 273,5 bilhões, uma diminuição de 3,7% em relação ao mesmo intervalo no ano passado. Os recursos captados foram destinados principalmente para investimentos em infraestrutura (36,9%) e pagamento de dívidas (26,7%). Já no mercado secundário, as negociações do instrumento totalizaram R$ 560,2 bilhões, com aumento de 18,1% nesse comparativo.