O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 0,69% nesta “super quarta” (10/12), aos 159.074 pontos, embalado pela decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar novamente os juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, na terceira queda consecutiva do atual ciclo de afrouxamento monetário — movimento amplamente antecipado pelo mercado. A Bolsa brasileira acompanhou o bom humor de Nova York logo após o anúncio e ganhou ainda mais força com o discurso de Powell, que reforçou a perspectiva de continuidade do ciclo de cortes. Com a valorização, o Ibovespa eliminou as perdas acumuladas no mês e agora acumula alta de 32,25% em 2025.
Entre os destaques do dia, Vale avançou 1,83%, contribuindo de forma relevante para o desempenho do índice. Petrobras registrou ganhos moderados — ON (+0,21%) e PN (+0,25%). No setor financeiro, o movimento foi amplamente positivo, com exceção de Santander Unit, que recuou 0,93%. Bradesco PN subiu 1,78%. As maiores altas do pregão foram CSN (+6,41%), Usiminas (+4,06%) e Fleury (+2,85%). Já C&A (-3,98%), Vamos (-3,71%) e Pão de Açúcar (-3,01%) lideraram as quedas.
Após o fechamento do pregão, o Copom anunciou a manutenção da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 15% ao ano.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou a sessão em alta de 0,60%, cotado a R$ 5,47, refletindo o aumento da percepção de risco doméstico diante das novas turbulências envolvendo a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República. O avanço levou a moeda ao maior nível de fechamento desde 14 de outubro.
Apesar de a moeda americana ter perdido força no exterior durante a tarde — após o Fed cortar os juros em 0,25 p.p. — o real não acompanhou a valorização vista em outras divisas emergentes, pressionado pelo cenário político local. Analistas apontam que a incerteza eleitoral aumentou após informações de que Flávio Bolsonaro pode reconsiderar sua candidatura, condicionando a decisão à aprovação de mudanças legislativas sensíveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro.