O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em baixa de 0,47% nesta segunda-feira (17/11), aos 156.992 pontos. O recuo refletiu a postura mais cautelosa dos investidores diante da divulgação atrasada de indicadores econômicos nos Estados Unidos, consequência do recente shutdown. Os dados do mercado de trabalho americano serão publicados na quinta-feira (20/11), quando a Bolsa brasileira estará fechada pelo feriado da Consciência Negra.
A expectativa de que o Federal Reserve pode adiar os cortes de juros também pesou sobre o humor dos mercados globais. Analistas destacam que recentes declarações de dirigentes do Fed foram interpretadas como mais duras, reforçando o tom “hawkish”.
No cenário doméstico, o IBC-Br apontou queda de 0,24% em setembro, indicando perda de força na atividade econômica. O resultado elevou a percepção de que o Banco Central pode iniciar cortes da Selic apenas em 2026. Já o Boletim Focus revisou para baixo a estimativa do IPCA de 2025, de 4,55% para 4,46%, ficando pela primeira vez abaixo do teto da meta.
Já o dólar encerrou o dia em alta de 0,64%, cotado a R$ 5,33, voltando ao patamar acima de R$ 5,30 após quatro sessões. A moeda acompanhou o aumento da aversão ao risco no exterior, marcado pela queda das bolsas de Nova York e pela preocupação com uma possível bolha nas ações de tecnologia.
Investidores adotaram uma postura defensiva à espera de novos dados econômicos dos EUA, especialmente indicadores de emprego represados pelo shutdown de 43 dias, que interrompeu a divulgação de estatísticas oficiais. A leitura predominante no mercado é que os números podem reforçar a chance de o Fed interromper o ciclo de cortes de juros, o que tende a fortalecer o dólar globalmente.