
Em um movimento de grande impacto antes da assembleia anual da Tesla nesta quinta-feira, o fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, anunciou que votará contra o plano de compensação de US$ 1 trilhão proposto para o presidente-executivo do grupo, Elon Musk. Em comunicado o Norges Bank Investment Management (NBIM), que administra US$ 2,1 trilhões e detém 1,12% da Tesla, citou preocupações com o tamanho do prêmio, diluição dos acionistas e o risco de concentração de poder em Musk.
O pacote em análise, considerado o maior plano de remuneração de um CEO já proposto, daria a Musk uma participação adicional de 12% se o valor de mercado da Tesla atingir US$ 8,5 trilhões em uma década. O resultado da votação determinará se o bilionário, que já é um dos homens mais ricos do mundo, poderá receber prêmios em ações que podem alcançar US$ 1 trilhão.
O NBIM afirmou que, embora reconheça o papel visionário de Musk na criação de valor, considera o plano “excessivo” e sem mecanismos adequados para mitigar o risco de dependência em uma figura única. O fundo também disse que votará contra dois dos três diretores da Tesla que buscam reeleição e contra uma proposta mais ampla de remuneração em ações a empregados, que poderia beneficiar indiretamente Musk.
A posição do fundo norueguês soma-se à de outros grandes investidores institucionais, como o CalPERS, o fundo de aposentadoria do Estado de Nova York e a Federação Americana de Professores, que também declararam oposição.
Além disso, consultorias influentes como a ISS e a Glass Lewis recomendaram que os acionistas rejeitem o pacote, apontando “preocupações absolutas” com o impacto financeiro e a diluição acionária.
Musk disse, em recente teleconferência, que “não se sente confortável em construir um exército de robôs e depois ser expulso por recomendações estúpidas”. O conselho da Tesla sustenta que o plano é essencial para manter o CEO motivado e que ele não receberá nada se o valor da empresa não multiplicar quase oito vezes.
Mas especialistas em governança alertam que Musk poderá obter ganhos significativos mesmo sem atingir todas as metas, reacendendo o debate sobre limites e transparência na remuneração de executivos.