Emissões totais caem até setembro, mas renda fixa cresce

As emissões de dívidas no mercado de capitais atingiram R$ 528,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano, uma queda de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Do total, a renda fixa representou R$ 487,3 bilhões, instrumentos híbridos R$ 37 bilhões e renda variável R$ 4,2 bilhões.

Na renda fixa, as debêntures somaram R$ 317,6 bilhões, superando em 0,6% igual intervalo em 2024, enquanto as notas comerciais atingiram R$ 39,3 bilhões, alta de 13,5% ante o mesmo período de 2024. Os papéis com incentivo fiscal pela lei 12.431 somaram R$ 113,6 bilhões,

Ao todo, 25 setores se financiaram via debêntures. Energia elétrica lidera com R$ 78,0 bilhões, seguido por transportes e logística (R$ 55,8 bilhões), financeiro (R$ 40,7 bilhões), saneamento (R$ 27,4 bilhões) e petróleo e gás (R$ 21,2 bilhões).

Já os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliários) registraram R$ 34,3 bilhões em emissões, com queda de 7,6% no comparativo anual.

As emissões de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) alcançaram R$ 61,1 bilhões no período, com crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior. O volume médio por operação, de R$ 79,6 milhões, o menor entre os instrumentos, indica que o produto é bastante usado por empresas de menor porte para captar recursos no mercado de capitais.

Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), emitiram R$ 29,3 bilhões no período, alta de 2,8% em relação ao ano anterior, enquanto os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) somaram R$ 34,5 bilhões, com redução de 23,1%.

Mercado externo – As emissões de renda fixa no mercado externo atingiram US$ 29,2 bilhões até setembro, o maior volume para esse período desde 2014, com as empresas captando a maior fatia (US$ 17,1 bilhões) desse montante. O volume já ultrapassa inclusive o que foi contabilizado em todo o ano passado (US$ 20,1 bilhões).

Renda variável – As seis emissões de renda variável do período, no valor total de R$ 4,2 bilhões, representaram uma queda de -92,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emitidos R$ 57,3 bilhões. Neste ano foram emitidos R$ 4,2 bilhões em follow-on e zero em IPO, enquanto no ano passado foram R$ 52,9 bilhões em follow-on e R$ 4,4 bilhões em IPO.