As novas metas do Calpers | Fundo de pensão altera seu programa d...

O fundo de pensão dos servidores públicos da Califórnia (Calpers), que soma um patrimônio de aproximadamente US$ 346,6 bilhões, está promovendo algumas alterações em seu programa de investimento no mercado de private equity previsto para os próximos anos, informa reportagem da revista Pension & Investment. Ao invés da ideia inicial de criar uma corporação externa que ficaria responsável pela administração da carteira de investimentos de private equity, o fundo de pensão decidiu que serão duas companhias a serem estruturadas para fazer a gestão desses recursos, informou o gestor sênior de portfólio do Calpers, John Cole, durante reunião do comitê de investimentos da entidade previdenciária.
As duas empresas a serem criadas serão financiadas pelo próprio Calpers, que ao menos até o momento é o único financiador. Cada uma das companhias terá suas próprias e independentes equipes de gestão e seus conselhos consultivos.
Os dirigentes do fundo californiano têm trabalhado na reformulação de seu modelo de atuação no mercado de private equity, que envolve uma mescla de práticas tradicionais adotadas em anos anteriores com novos elementos a serem acrescentados. Ao final de junho o volume alocado pela entidade em ativos de private equity somava US$ 27,2 bilhões.
A intenção dos profissionais que trabalham no fundo de pensão é dividir a carteira de private equity em quatro pilares: um deles seguirá o modelo atual, com alocação em um mix de diferentes fundos, enquanto em outro estarão fundos de fundos de gestores em ascensão; haverá ainda duas estratégias de investimento direto nos ativos de mercado, que serão lideradas pelas empresas parceiras a serem criadas pelo Calpers, e que devem somar uma carteira de US$ 10 bilhões cada uma nos próximos dez anos.
Uma das empresas que ficará responsável pelos investimentos diretos do Calpers em private equity terá como foco a inovação, com a busca voltada para companhias ‘venture capital’ dos setores de tecnologia e saúde. A expectativa é que por meio dessa frente o fundo de pensão americano faça aportes de capital de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões por ano.
Já a outra empresa a ser criada fará alocações com vistas para o longo prazo, sem prazo definido para o desinvestimento. Nesse caso, explicou Cole, estarão no radar empresas que compõem o núcleo da economia americana, com modelos de negócios duráveis, capazes de gerar rendimentos atrativos com o passar do tempo. O gestor destacou também que os investimentos sob esse modelo serão em volumes maiores mas com uma frequência menor.

Gestores – Os dirigentes do Calpers estão no momento em busca de uma gestora para cuidar do pilar fundo de fundos em assets em ascensão. A previsão é que o processo termine em dezembro. De acordo com Cole, o investimento da entidade em private equity por meio de gestores emergentes deverá saltar de “alguns milhões” para cerca de US$ 500 milhões.
O pilar que seguirá o modelo atual de investimento em private equity do fundo de pensão, com fundos diversos aglutinados em uma carteira, também deverá sofrer algumas modificações. Há alguns meses o Calpers iniciou processo para selecionar um gestor para esse portfólio. Participaram da concorrência as casas AlpInvest Partners, Hamilton Lane, HarbourVest Partners, Neuberger Berman, BlackRock e Goldman Sachs Asset Management.
No entanto, ao invés de terceirizar a gestão da carteira, o Calpers avalia agora a possibilidade de contratar uma empresa de consultoria para auxiliar os profissionais da entidade nesse trabalho. Contudo, essa decisão será postergada até que ocorra a contratação de um executivo para ficar à frente da divisão de private equity, o que é esperado para ocorrer em meados de 2019. O Calpers não tem uma pessoa à frente da área de private equity desde a saída da executiva Real Desrochers em abril de 2017. Sarah Corr tem respondido interinamente pelo segmento desde então.
“Chegamos à conclusão, após uma série de análises e discussões, de que a estrutura atual não iria fortalecer de maneira significativa nossa organização”, afirmou o gestor sênior do Calpers. “Por conta disso, ao concluirmos nossa busca, no início de 2019, de um chefe permanente para nossa equipe de private equity, iremos reavaliar nossas opções para fazer frente ao modelo atual”.