Apostas com lastro no setor de imóveis | Vinci reforça atuação no...

Marcelo Rabbat, da VinciEdição 257

 

Asset com atuação destacada em fundos de renda variável e fundos de participações, agora a Vinci Partners está reforçando sua atuação com produtos lastreados em ativos do setor imobiliário. Os veículos escolhidos para isso não são propriamente fundos imobiliários, mas têm características semelhantes a estes produtos. Um dos fundos que a gestora está lançando é o Fip Vinci Real Estate Institucional, que pretende captar cerca de R$ 1 bilhão.

Segundo o sócio da gestora, Marcelo Rabbat, dos atuais R$ 400 milhões já captados, cerca de 20% faz parte do capital dos próprios sócios da Vinci. Agora, o fundo está com duas frentes simultâneas de captações: uma com um parceiro externo, que atua com investidores internacionais, e outra junto a investidores institucionais locais. “Queremos terminar a captação no meio deste ano, e o prazo de investimento é de dois anos, com mais três anos para desinvestimento”, explica Rabbat. Segundo o executivo, o fundo é voltado à incorporação comercial, ou seja, lajes, shoppings, operações de imóveis por encomenda, etc. “Ou seja, objetiva o ganho de incorporação. Temos um pipeline com três classes de ativos de incorporação”.
A Vinci também está atraindo investidores institucionais locais para outro fundo, mas com uma vertente diferente. O Fundo de Investimento Renda Fixa Imobiliário – Crédito Privado, de R$ 400 milhões, visa aproximar os fundos de pensão e seguradoras dessa classe de ativos, já que as construtoras listadas, quando fazem emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) para pessoa física, fazem isenção de imposto de renda, o que para investidor institucional não interessa por oferecer uma remuneração mais baixa. “Além disso, as construtoras médias, mais desconhecidas, mas com excelentes recebíveis, não têm acesso a investidores institucionais”, explica Rabbat.
Até final de fevereiro, a Vinci tinha arrecadado R$ 200 milhões com 12 investidores e espera captar mais R$ 100 milhões até abril, para posteriormente fazer o último fechamento. “Escolhemos o Bradesco como nosso administrador”, destaca Rabbat, ressaltando que o fundo apresenta características inovadoras, entre elas, a cobrança de taxa de performance. “Nossa cobrança de performance é de regime de caixa. Primeiro é preciso pagar o capital principal aplicado corrigido pelo benchmark e, a partir daí, começa-se a pagar performance. Isso é comum em private equity e tivemos que ajustar junto ao Bradesco essa característica, por ser um fundo que segue a instrução 409 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”. O fundo tem prazo total de 10 anos, com três anos pra investir e sete anos para desinvestir.
Com essas novas captações, a Vinci espera um crescimento substancial, mas destaca que não depende apenas disso, e sim da reavaliação do ativos dentro dos fundos. “Se fizermos um IPO (oferta pública inicial de ações), teremos uma valorização muito grande do ativo sob gestão. Depende das captações e da valorização dos ativos”, diz Rabbat.
A Vinci Partners possui atualmente R$ 16,57 bilhões de ativos sob gestão segundo dados do ranking Top Asset, com informações referentes a dezembro de 2013. A asset foi criada em outubro de 2009 por um grupo de executivos oriundos do antigo UBS Pactual, liderados por Gilberto Sayão.