Opções não convencionais para aplicar no exterior | Fundações pas...

Edição 267

 

A asset do J.P. Morgan trouxe ao país em 2014 uma família com cinco fundos que aplicam em estratégias internacionais, sendo que três já tiveram a adesão de fundos de pensão. Uma mesma entidade fez a aplicação em dois desses fundos, em meados de novembro passado – um deles aplica em global high yields (dívidas corporativas), e o outro numa estratégia denominada alternative beta.
O fundo que compra dívidas corporativas tem como benchmark um índice global de high yield do BofA, e investe em ‘bonds’ que estão abaixo da linha de grau de investimento. O fundo tem aproximadamente 500 ‘bonds’, sendo 83% de empresas americanas. “Esse fundo tem uma certa volatilidade, que não chega ao nível da renda variável, mas que é equivalente ao IMA-B”, diz André Cobianchi, responsável pelas vendas aos institucionais na JP Morgan Asset Manegement.
De 26 de fevereiro de 2014, quando foi lançado no Brasil, até 31 de dezembro, o fundo rendeu 13,13%. Boa parte da valorização está relacionada ao câmbio; considerando o fundo no exterior, a alta foi de 2,51%. O PL do fundo no Brasil soma R$ 40 milhões, e tem quatro cotistas. O produto existe desde março de 2000, e tem patrimônio líquido no mercado global de US$ 6,9 bilhões.
O outro fundo da asset que a mesma entidade aplicou, de alternativa beta, teve uma rentabilidade parecida, de 13,78%, de 19 de março, quando foi lançado, a 31 de dezembro. Esse fundo, que tem PL de R$ 33 milhões e três cotistas, vai buscar alternativas para capturar o beta, sem ter uma exposição direcional ao mercado. Para isso ele utiliza quatro diferentes estratégias que buscam neutralizar o direcionamento do beta.
Dentre as estratégias adotadas, uma delas equivale ao que no país se conhece como Long & Short, o fundo fica comprado em uma ação, vendido em outra, e o ganho vem do diferencial dos dois papéis. Outra estratégia utilizada pelo fundo se chama ‘merger arbitrage risk’, que é uma arbitragem em operações de fusão e aquisição, que busca capturar o prêmio de risco embutido na aquisição.
O fundo adota ainda uma estratégia chamada de ‘convertible bonds arbitrage’, que faz carry trade em regiões com altas taxas de juros, e com ativos que no país seriam as debêntures conversíveis em ações. Por último, o fundo adota ainda a estratégia ‘macro-based risk’, que tenta capturar o aumento do prêmio de risco em função da situação macro, focando principalmente em renda fixa e câmbio.
O outro fundo da asset do JP Morgan, que tem duas entidades investidas, que não a mesma que investiu nos outros dois fundos, é similar ao fundo de global equities em parceria com a BB DTVM, só que com uma gestão mais passiva. O fundo parte do benchmark, o MSCI World, que tem 1600 ações, e se posiciona em cerca de 600 ativos. “Ele espera agregar em torno de 1% de alpha em relação ao benchmark”. O PL do fundo no mercado local é de R$ 22 milhões, e tem três cotistas.
Cobianchi afirma que o JP Morgan não tem o interesse de lançar novos fundos no exterior, mas ressalta que duas mudanças podem alterar esse cenário. Uma delas é a queda no limite de 25% por fundação no fundo, e a outra é a mudança na legislação para a PF, que não vai mais precisar fazer uma alocação mínima de R$ 1 milhão.

Evolução – A indústria de fundos que investem no exterior ganhou força em 2014. Segundo levamento da Towers Watson com as gestoras com as quais têm relacionamento indica um movimento crescente de fundos voltados ao exterior.
De acordo com a consultoria, em dezembro de 2014, as fundações brasileiras tinham a sua disposição 24 fundos de investimento que se beneficiam da rentabilidade de ativos no exterior, seja via aplicação direta ou via fundo de BDRs. O patrimônio somado desses fundos superava R$ 1,8 bilhão na data do levantamento. Dos 24 fundos, oito tinham o S&P 500 como benchmark, e outros sete mantêm o MSCI World como referencial. Da lista, o de BDRs do Bradesco, de dezembro de 2011, era o maior em termos de volume, com PL de R$ 436,1 milhões.