Edição 132
Enquanto as fusões e aquisições reduziram-se consideravelmente durante os últimos anos, as parcerias estratégicas no segmento de gestão de recursos de terceiros continuam em alta. A Putnam Investments e a Mercer Human Resource Consulting, por exemplo, juntaram forças para lançar um programa dirigido a fundos de pensão interessados em terceirizar totalmente a gestão do plano. Já em agosto passado, a Fidelity Investments e a International Business Machines haviam fundido suas operações da área previdenciária. A Towers Perrin também esteve bem ativa nesse sentido, juntando seu time com os da Frank Russell e da J.P. Morgan/American Century Investments no ano passado, para oferecer pacotes de planos de previdência para os mercados dos Estados Unidos e Reino Unido.
E, segundo consultores, essa tendência deve se acentuar. “Você definitivamente vê mais parcerias na indústria de administração”, afirmou Kevin Quirk, sócio na Casey Quirk & Acito, uma consultoria de gestão de recursos. Todos os antigos grupos estão entrando em colapso, disse ele, enquanto que, aqueles que podem, procuram alavancar competências para gerar rendimentos adicionais e criar oportunidades de marketing com outras empresas. “Estou até surpreso que mais parcerias não tenham sido formadas”, diz Quirk.
O segmento está mais atento à parcerias por conta do ano passado, quando a queda do mercado expôs algumas falhas e ineficiências das consultorias. À medida que a indústria de gestão amadureceu e os fluxos de caixa reduziram, as empresas foram forçadas a serem mais eficientes.
Faz sentido – Enquanto as parcerias tradicionalmente foram formadas pela contratação de conselheiros, os relacionamentos agora estão indo mais longe, com o trabalho conjunto na administração dos investimentos.
O presidente do Boston Research Group, Warren Cormier, informou que os gestores de recursos não estão mais conseguindo rendimentos só com a administração de ativos. Como resultado, as empresas estão buscando outros serviços e saídas para gerar taxas. Com as parcerias, também conseguem ser mais eficientes. “Esta é uma reação à situação atual do mercado”, disse Cormier. Ele afirmou que faz sentido, para as empresas, gerar receitas de infra-estruturas já existentes e serviços administrativos.
Para desenvolver pacotes de serviços previdenciários, as empresas estão respondendo a uma necessidade do mercado, concluíram os consultores. Atualmente, cerca de 26% dos patrocinadores de planos usam o mesmo provedor de serviços tanto para os planos de benefício quanto de contribuição definida. Cerca de mais 10% estariam interessados em usar o mesmo consultor para ambos os planos no futuro, afirmou Cormier. “Ainda há algum crescimento para esse mercado”.
Dos patrocinadores que utilizam os serviços do mesmo provedor para ambos os planos BD e CD, 67% estão satisfeitos com o serviço. Dentre os que usam o mesmo provedor para as áreas de aposentadoria, pensões e saúde, o percentual de aprovação do serviço cai para 29%, segundo dados divulgados pela Boston Research Group.
A Fidelity Investments, que assumiu o serviço de gestão dos planos de saúde e pensão da IBM em agosto passado, viu o total de seus programas de gestão de recursos crescer uma média de 20% ao ano, disse o presidente da Fidelity Employer Services, Peter Smail. Só este ano, o interesse de fundos por pacotes de serviços cresceu ainda mais, adicionou Smail. Cerca de 60% das requisições e propostas que chegaram à Fidelity nos primeiros meses de 2003 foram referentes à administração de planos tipo BD e CD.
Primeira parceria – A colaboração entre a Putnam e a Mercer, anunciada em outubro último, foi formada para lançar um programa dirigido a fundos com a intenção de terceirizar a administração do plano. A Mercer Human Resource Consulting ficaria responsável pela administração do plano de benefício definido, serviços atuariais e seleção de gestores para investimentos. Enquanto isso, a Putnam ficaria com a parte da administração do plano tipo CD e a administração dos investimentos.
Ted Goldman, consultor de previdência da Mercer, disse que o casamento faz sentido porque foi levado por um aumento na demanda por pacotes de serviços e um clima de negócios com aumento da consciência de custo.