Gestor global muda direção no Brasil | Asset do J. P. Morgan pret...

Vital Menezes, do JP MorganEdição 250

A compra da Gávea pelo J. P. Morgan está rendendo não apenas uma ampliação das áreas de atuação do banco global no Brasil, mas também tem permitido uma renovação em seus postos de comando. Depois da transferência de José Berenguer, que deixou a Gávea para assumir a direção geral do J. P. Morgan no Brasil, agora é a vez de Vital Menezes trilhar pelo mesmo caminho para comandar a empresa de asset. Ele também deixou a Gávea, onde era o sócio da área de crédito, para dirigir a unidade brasileira da J. P. Morgan Asset Management. As mudanças foram negociadas entre a chefe global de asset do J. P. Morgan, Mary Callahan Erdoes e Armínio Fraga, principal sócio da Gávea.
O J. P. Morgan comprou a participação majoritária da Gávea Investimentos no final de 2010, assumindo o controle da empresa fundada por Armínio Fraga em 2003. Com isso, ampliou sua atuação para a área de private equity e fundos estruturados, em que a Gávea tem forte posicionamento no mercado brasileiro. Já o negócio de asset do J. P. Morgan foi iniciado também em 2010, e nesses primeiros anos, procurou fixar a estrutura básica para se posicionar no segmento.
“Os primeiros anos serviram para fundar os alicerces. Agora queremos entrar em uma fase de crescimento da asset, a exemplo do que ocorre com a instituição em diversos mercados mundiais”, diz Vital Menezes, diretor executivo do J. P. Morgan Asset Management, que acaba de voltar dos EUA, após uma viagem para aprofundar o contato com a matriz.
Ele entrou no lugar de Carlos Salamonde, que comandava a asset desde maio de 2011. Junto com Menezes, outro reforço para a empresa de asset foi a chegada de Giuliano de Marchi, que veio da Alliance Bernstein para comandar a área de distribuição na América Latina. A escolha de Vital Menezes está relacionada com a proximidade com José Berenguer. Além de atuarem na Gávea, os dois executivos começaram a trabalhar juntos no Abn-Amro e depois no Santander. Como o J. P. Morgan procurava uma mudança no comanda da unidade brasileira, a solução encontrada foi buscar os executivos em sua controlada, a Gávea.
Daí começaram as conversas entre Armínio Fraga e a chefe global do J. P. Morgan Asset Management, Mary Erdoes. Ela é a responsável pelas parcerias tanto com a Gávea quanto com a Highbridge, outra gestora controlada pelo J. P. Morgan. Em uma negociação direta com o sócio-fundador da Gávea, a executiva da asset global conseguiu levar os dois profissionais para comandar sua unidade brasileira. “Temos a missão de elevar a operação no Brasil a um nível compatível com a importância do banco no mundo”, diz Menezes. A asset no Brasil conta atualmente com R$ 19 bilhões de patrimônio sob gestão.
Já a asset global, tem cerca de US$ 2 trilhões sob gestão. É uma das assets com maior presença nos principais mercados da América, Ásia e Europa. São cerca de 200 fundos de investimentos, com mais de 700 gestores.
Mercado de institucionais – Uma das prioridades do J. P. Morgan é o fortalecimento da atuação junto aos investidores institucionais do mercado doméstico. Para isso, além dos fundos de investimentos de prateleira voltados para esse público, a asset aposta na oferta de opções para investimentos no exterior. Recentemente, o gestor foi selecionado, ao lado de outras três assets (Blackrock, Schroders e Franklin Templeton) para constituir os primeiros fundos voltados para aplicações de grandes fundações no exterior.
“Apresentamos dois fundos globais de ações para o grupo de fundações de grande porte. As fundações deram preferência para um de nossos fundos que segue o MSCI World”, diz Gustavo Stein, chefe da área de produtos do J. P. Morgan. Ele diz que é um fundo que possui alta concentração de papéis de empresas americanas, e tem a vantagem de apresentar pequena correlação com o Ibovespa. “Acredito que é uma opção que vai se beneficiar do bom momento da economia norte-americana”, diz Gustavo Stein.
Além dos fundos no exterior, a asset constituiu também uma ampla grade de produtos nas categorias de renda fixa e variável voltados para institucionais. Agora está lançando também fundos balanceados, da categoria de multimercados.