Gestão de ativos e passivos para fundos de pensão | Mongeral Aego...

Claudio PiresPaulo StocklerEdição 253

O grupo Mongeral Aegon, joint venture da família Molina com o grupo holandês Aegon, continua investindo para ampliar a atuação no setor de fundos de pensão. Até agora, o carro-chefe do grupo no segmento de previdência fechada eram os serviços prestados para os fundos instituídos, em especial, para o sistema OABPrev – que administra planos instituídos dos advogados. Agora, a Mongeral acaba de se estruturar para realizar a gestão dos ativos e dos passivos das fundações.Para realizar a gestão dos recursos, foi criada a Mongeral Aegon Investimentos (Mai) que terá uma parceria com a americana Transamerica Asset Management – empresa controlada pelo grupo Aegon. Já na gestão dos planos de benefícios, a empresa comprou 50% da Data A, que é um consultoria sediada em Florianópolis, fundada por Tulnê Vieira, especializada em previdência complementar.Com as parcerias, a Mongeral se posiciona para atuar em todas as frentes de serviços voltados para fundos de pensão, tanto patrocinados quanto instituídos. No passado, a Mongeral tinha algumas áreas em que evitava a concorrência com o grupo Icatu, no qual o empresário Nílton Molina, também detinha uma participação, além de ser o presidente do conselho de administração das duas companhias. Porém, o empresário se desfez de sua participação no Icatu e passou a investir na Mongeral para ampliar seu posicionamento no mercado de previdência complementar.A asset da Mongeral começa com a gestão de recursos próprios de R$ 500 milhões, que era realizada até o momento pela seguradora do grupo. São cinco fundos de investimentos, três de renda fixa, um multimercado e um de renda variável – este último do tipo FIC (fundo de investimento em cotas). A novidade é que o gestor pretende lançar um novo fundo para permitir o acesso das fundações locais aos investimentos no exterior.“É um fundo local do tipo feeder que vai acessar uma plataforma de fundos no exterior. Queremos nos posicionar para captar recursos das fundações que estão começando a investir lá fora”, diz Cláudio Pires, diretor de investimentos da asset. O executivo já era o responsável pela área de investimentos da seguradora e agora foi designado para comandar a nova empresa de asset management.Os fundos acessados no exterior são geridos pela Transamerica Asset Management (Tam), que é a segunda marca da Aegon na área de gestão de recursos. A Aegon adquiriu o controle da Tam no final da década de 90 e desde então, a companhia é o braço de atuação do grupo holandês no mercado dos EUA. Como a Transamerica tinha uma estratégia de expansão para a América Latina, decidiu se associar ao grupo Mongeral no Brasil, que também estava se preparando para criar uma empresa de asset. A Tam possui uma plataforma de fundos de investimento sediada em Luxemburgo que pretende captar recursos de investidores dos mercados brasileiro e mexicano.O feeder oferecido para as fundações deve ter maior concentração em mercados desenvolvidos – cerca de 55% de ações dos EUA, além de papeis dos mercados europeu e japonês. A concentração em mercados emergentes será reduzida, menos de 5%. “O objetivo é atender uma demanda dos clientes institucionais que pretendem diversificar suas carteiras com opções em mercados mais desenvolvidos”, diz Cláudio Pires.

Equipe – Para montar a asset, a Mongeral contratou alguns profissionais no mercado. Para comandar a equipe comercial, a empresa levou o experiente Paulo Stockler. Sua última empresa tinha sido justamente a Icatu, onde dirigia a área de previdência. Ele era o responsável pelo fundo multipatrocinado e pelos planos instituídos do Icatu. “Com a nova asset da Mongeral, estou voltando para área que tenho mais experiência”, diz Stockler, que teve passagem em outros gestores como o antigo BBA, onde atuava juntos aos clientes institucionais.Outro profissional que chegou recentemente foi Erick Kluft, que vai coordenar a área de risco e compliance da Mongeral Investimentos. Sua última empresa foi o Brasil Plural. Para completar a equipe, Marco Bril, ex-BBM Asset, é o responsável pela gestão na renda fixa. O restante dos profissionais foram aproveitados do time de gestão da seguradora.