Dança das cadeiras traz novos desafios | Carlos André assume pres...

A BB DTVM, maior gestora do mercado brasileiro com R$ 955,33 bilhões em ativos sob gestão ao final de janeiro de 2019, passou por uma reestruturação de sua diretoria executiva. Paulo Ricci, que ocupava a presidência da asset desde janeiro de 2017, aposentou-se em dezembro passado e para o seu lugar foi indicado Carlos André, que ocupava a diretoria da área de gestão desde 2009. O novo presidente passa a acumular também a responsabilidade perante a CVM das atividades de risco, compliance e controles internos.
Para o lugar de André na diretoria de gestão foi indicado Marcelo Pacheco, há dez anos gerente executivo de fundos multimercados e offshore da BB DTVM. Além disso, Ana Paula Teixeira, que ocupava a diretoria de produtos e distribuição de fundos da asset voltou para o banco, onde assumiu a área de controles internos, e em seu lugar assumiu Aroldo Salgado, vindo da diretoria de investimento do fundo de pensão Economus. Salgado foi, anteriormente, gerente geral da agência do BB em Londres e gerente executivo da própria BB DTVM.
“Passo a ter um olhar ainda mais estratégico em relação a todos os aspectos direcionadores que a BB DTVM deve estabelecer como prioridades necessárias para alcançar seus objetivos nos próximos anos nos diversos segmentos de atuação”, afirma o novo presidente da BB DTVM. Ele elenca, entre suas prioridades, a busca de novas alternativas de distribuição, via canais próprios e de terceiros, para enfrentar a concorrência das plataformas digitais abertas. “O objetivo primordial à frente da gestora é continuar entregando resultados crescentes e sustentáveis para o Banco do Brasil”, ressalta.
Entre as novidades já implementadas para concorrer com as plataformas, a BB DTVM iniciou em meados do ano passado uma consultoria de investimentos personalizada voltado ao público de alta renda. Até então, esse serviço disponível apenas para o private, passou a focar também no filão do mercado assediado pelas plataformas. “Existem evidências na indústria brasileira de que a assessoria pessoal ainda tem papel relevante quando se trata de decisões de investimento, ainda mais quando são valores mais representativos”, diz Carlos André. Atualmente com cerca de 60 consultores de investimento para os clientes de alta renda, o objetivo é chegar a 200 nos próximos meses.

Grade – O presidente da BB DTVM diz ainda que o ambiente de juros baixos, bem inferior ao praticado no país no passado recente, vai forçar todo o mercado a trabalhar na oferta de produtos de maior valor agregado aos investidores em classes como ações e multimercados em detrimento à renda fixa tradicional. “O trabalho de revisão da nossa grade é rotineiro, e certamente durante o ano vão surgir oportunidades de lançamento de novos produtos adaptados à nova realidade do mercado local”, afirma Carlos André. “Dependendo do interesse e da demanda dos clientes, assim como dos movimentos da concorrência, também faremos a revisão de algumas características de produtos já existentes”.
O crédito privado, na avaliação do executivo, é um segmento que tende a oferecer boas oportunidades de investimento ao longo do ano. Segundo ele, com uma retomada mais consistente no nível da atividade, a concessão de crédito bancário deve aumentar e as instituições financeiras terão que captar no mercado para financiar essas operações. “Esse tipo de emissão pode ser interessante para gestores de fundos”, afirma o executivo, que lembra ainda das possíveis oportunidades no nicho com as debêntures de infraestrutura, a depender do sucesso do governo nas concessões.
Sobre as especulações sobre o futuro da DTVM no novo governo, Carlos André diz que essas discussões, se e quando ocorrerem, se darão no âmbito da diretoria do Banco do Brasil. “Nós da BB DTVM, se for o caso, seremos chamados para contribuir de alguma forma nessas discussões, mas por enquanto não temos nada de concreto”.