Aumenta interesse por investimentos em saúde | Gestores oferecem ...

Edição 250

O interesse por oportunidades de investimentos na área de saúde tem crescido entre os institucionais por meio de opções como fundos de hedge e private equity. Um indicador desta alta na procura é a evolução do patrimônio dos fundos de saúde dos investidores institucionais nos Estados Unidos ao longo dos últimos 12 meses. De acordo com a asset Morningstar, os ativos líquidos totais destes produtos aumentaram de US$ 1 bilhão em junho de 2012 para US$ 1,8 bilhão em em maio de 2013.
No entanto, não são todas os segmentos de assistência médica que estão correspondendo às expectativas dos investidores. Um fator que chamou a atenção foram os retornos das ações de fabricantes de medicamentos, empresas de seguros e prestadores de serviços da área, segundo o diretor de investimentos e sócio diretor da RTW, Roderick Wong. “Em Nova York, um fundo do segmento tem US$ 60 milhões em ativos com retornos de cerca de 20%”, diz. Dados da empresa apontam que o fundo offshore (RTW Mestre Fund) rendeu 26,8% de janeiro a junho de 2013. No ano passado, o fundo registrou rentabilidade de 21,9%. Wong afirma que a reforma das regras de assistência à saúde também está impulsionando esse interesse. “A Lei Saúde Acessível deve adicionar até 30 milhões de novos segurados, claramente é uma opção de curto e médio prazo valiosa para muitos participantes deste mercado.”
Para o sócio da OrbiMed Advisors LLC, em Nova York, o crescente interesse do investidor institucional no setor farmacêutico está ligado a inovação na indústria e as novas drogas que estão sendo lançadas. No ano passado, por exemplo, o órgão de regulação dos alimentos e remédios (Food and Drugs Administration – FDA) do governo norte-americano aprovou 39 novos medicamentos, o maior número dos últimos 15 anos. OrbiMed é considerado o maior gestor de investimentos do segmento no mundo, com US$ 7 bilhões sob gestão. Isso inclui cerca de US$ 2,5 bilhões em fundos de hedge, US$ 2,5 bilhões em fundos de ações, US$ 1,5 bilhão em fundos de private equity e US$ 500 milhões em recursos de royalties de saúde.
Queda – Mas não são todos os segmentos de saúde que estão gerando bons retornos. Na contramão das altas gerais do setor, os retornos dos fundos de capital de risco de saúde estão em queda, junto com o interesse dos investidores, afirma Neild. “Setores como o biofarmacêutico estão matando a captação de recursos. Há um desgaste enorme dos fundos”, conta. Entre as empresas de capital de risco estabelecidos que já manifestaram publicamente que não vão captar recursos para diversos fundos da área de saúde como por exemplo, o Ventures, Escala Venture Partners, Essex Woodlands Ventures e Prospect Partners, todos da Califórnia.
Empresas de desenvolvimento de produtos que procuram adquirir tecnologias por meio de fusões e aquisições figuram também como boa oportunidade para os gestores de fundos. O sócio da consultoria para fundos de pensão, PrevInvest, Ferenc Sanderson, também acredita que o interesse do investidor na área da saúde recebeu um grande impulso.
Outra exposição – Além dos fundos de hedge, os veículos de multiestratégia também aparecem como uma nova oportunidade para os interessados no segmento. Selecionar ações de grandes companhias que estão fora do setor, mas que participam indiretamente por meio de plataformas de tecnologia e seguros de produtos farmacêuticos são exemplos de outras maneiras de atingir o tema. “Essa oportunidade é a real chance de geração de alfa”, defende Sanderson.
Os investidores institucionais podem ter mais opções em investimentos e na área da saúde do que pode parecer. Para um fundo de equity global típico, as posições do setor de saúde podem ser inferiores a 5%. Mas, considerando que as empresas relacionadas (tecnologia, seguros e investimentos imobiliários) que são afetadas pela indústria, essa exposição pode ser superior a 20%, explica o executivo.