Edição 273
Prestes a completar dois anos de existência, a Mongeral Aegon Investimentos acumula R$ 1,45 bilhão em ativos sob gestão e prepara nova família de fundos off-shore para entidades fechadas de previdência complementar, público-alvo da instituição desde o seu nascimento, em outubro de 2013.
Atualmente, a asset oferece um feeder que aplica em dois fundos da gestora do grupo em Luxemburgo. Um deles investe em ações americanas e, o outro, em papéis europeus e asiáticos. O benchmark do FIM Investimentos no Exterior é o MSCI EAFE e, nos últimos doze meses, o fundo registrou rentabilidade de 42,6%. No primeiro semestre os ganhos foram de 22,7%, pautados tanto na alta do dólar quanto no desempenho das ações selecionadas. Por outro lado, o Ibovespa apresentou alta de 6,18% e 3,62% nesses dois períodos.
Há, contudo, outras seis estratégias off-shore que devem ingressar para o portfólio da gestora no Brasil, como fundos que compram ativos de dívida de mercados emergentes, debêntures de empresas americanas high yield, títulos do Tesouro dos Estados Unidos, small caps americanas e um mix de renda variável e fixa de mercados desenvolvidos.
“Não estamos apostando no crescimento da bolsa neste ano nem no próximo. Nossos clientes, portanto, são aconselhados a compor carteira de renda variável com um mix de ações locais e off-shore em países desenvolvidos, estratégia que tem ajudado na rentabilidade dos planos dos fundos de pensão”, conta Cláudio Pires, diretor de investimentos da Mongeral Aegon Investimentos.
De acordo com o executivo, os fundos já estão formatados em Luxemburgo e são voltados tanto para o mercado brasileiro quanto o mexicano. “A legislação para fundos de pensão são semelhantes nos dois países”, complementa.
Atualmente, a gestora administra 33 fundos, dos quais 17 são exclusivos de fundos de pensão. Nove fundos pertencem à seguradora da casa, sendo um exclusivo e outros oito PGBL e VGBL. Restam sete fundos abertos a institucionais, com estratégias que passam por multimercados, títulos públicos, crédito privado e investimentos no exterior.
“Somos voltados para o público institucional e, por conta do cenário macroeconômico brasileiro, que leva o investidor a buscar mais segurança em ativos de alta liquidez e baixo risco, a gente acaba se tornando uma asset muito focada em renda fixa”, afirma Pires. No curto prazo, a asset planeja encerrar 2015 com R$ 2 bilhões de patrimônio de terceiros, meta calcada no lançamento de fundos exclusivos e em rentabilidade dos ativos.
Para o executivo, o segmento de renda fixa deve se manter como a maior demanda dos institucionais também nos próximos anos. “Voltamos a ser o país do maior juro real do mundo. Achávamos que tínhamos superado isso nos anos 2000, mas a Selic está hoje acima de 14%. Os juros de curto prazo já superam as metas atuariais da grande maioria dos fundos de pensão”, complementa. Com a nova “regra do corredor”, obrigatória já a partir deste ano, a taxa de desconto atuarial que as entidades devem utilizar em 2015 varia entre 2,25% e 5,89%, de acordo com a duration dos planos.
De acordo com Pires, a tradição do grupo no Brasil, que é o ramo de seguros, ajuda na formatação de veículos mais alinhados às necessidades atuariais dos fundos de pensão. “Sempre atuamos na gestão do passivo das fundações enquanto seguradora. Agora, queremos nos tornar referência na gestão de ativos também, desta vez, como asset”, destaca.
A asset não almeja ser uma casa de muitos fundos, nem planeja ofertar veículos muito diversificados. “Achamos que os nossos sete fundos já cobrem a demanda de quase todos os investidores. Com os exclusivos, desenhamos a estratégia específica que cada um quer”, explica o diretor.
“A Aegon, além de ser uma seguradora muito grande no ramo de previdência, com 560 bilhões de euros em ativos sob gestão no mundo, tem uma gestora de recursos em cada país onde atua. No Brasil não poderia ser diferente”, relata Pires. O grupo está presente em 23 países atualmente. Pires explica que, desde 2009, com a joint-venture entre a Aegon e a Mongeral, a seguradora planejava atuar no ramo de gestão de ativos no país. Antes de 2013, o grupo já trabalhava na formatação dos fundos que comporiam o portfólio da gestora, que foi lançada em outubro daquele ano. “Logo no começo pensávamos em focar os institucionais, principalmente fundos de pensão”, complementa. A asset, que atua também com family offices, ainda não trabalha com regimes próprios de previdência, mas este é um segmento que não descarta para um futuro próximo.