Bracce abre portas de olho em médias empresas

Edição 224

 

Com apenas dois meses de operação efetiva, o Banco Bracce já conta com nove mandatos de operações de crédito privado no forno. Essas emissões, somadas, geram uma movimentação financeira da ordem de R$ 350 milhões, volume que permite que a instituição atinja com tranquilidade a meta de chegar a R$ 450 milhões em ofertas este ano.
É importante falar, porém, que a instituição, apesar de recém-criada, não está começando do zero. Seus fundadores participaram também da criação do Patagon, em 1999, e do Banco Lemon, em 2002. Michael Esrubilsky, diretor presidente do Bracce, lembra que, após a transferência de toda a rede de correspondentes bancários do Lemon, em 2009, os executivos se dedicaram a analisar o mercado e decidir em que área iriam centrar seus esforços. “Vimos que as médias empresas não são tão atendidas pelo mercado de capitais para emissão de dívida. Decidimos, então, aproveitar essa oportunidade”, diz o executivo, recordando que o próprio Lemon chegou a estruturar R$ 500 milhões em operações desse gênero entre 2006 e 2010.
O trabalho do Bracce é adequar as emissões às necessidades das empresas. A instituição atua com CCBs, CRIs, CCIs e debêntures e direciona as ofertas para os diferentes segmentos de investidores conforme o perfil da operação. “Conciliamos as necessidades das empresas com o perfil dos investidores. Há emissões de que os fundos de pensão não podem participar por questões de legislação; nesse caso, nosso foco de distribuição é junto às assets, por exemplo”, indica Esrubilsky. O Bracce tem atividades de originação, estruturação e distribuição de crédito privado.
As emissões devem ter rating mínimo BBB, mas são tipicamente A ou A+.
Em geral, são de entre 36 e 72 meses, pagando entre 130% e 160% do CDI. As empresas, por sua vez, não faturam menos de R$ 30 milhões por ano. “Buscamos clientes de fora de São Paulo, porque nossa ideia é mesmo levar o acesso ao mercado de capitais para quem não tem”, sublinha o executivo. Do lado dos investidores, o foco é no institucional: fundos de pensão, assets, seguradoras e family offices.
Está nos planos do Bracce para este ano a montagem de um fundo, possivelmente um Fidc. “Ainda estamos na fase de estudos, para entender a formatação do produto. Mas a ideia é que ele seja lançado ainda nesse semestre”, adianta Esrubilsky, ao acrescentar que possivelmente o Bracce contará com uma asset terceirizada para fazer a gestão do fundo.