Novo concorrente entra na disputa | Com três sócios pessoa física...

Edição 212

O mercado de gestão de recursos acaba de ganhar mais um player. A Indusval Corretora, juntamente com ex-executivos do Itaú BBA, fundaram a BR Stocks, uma asset management voltada para fundos de ações long only – fundos tradicionais visando ao longo prazo. Tendo como alvo inicialmente a pessoa física e, no futuro, também os institucionais, a estratégia da asset é adquirir papéis de empresas com potencial de valorização, ao mesmo tempo em que busca oportunidades nas ações mais negociadas, especialmente de companhias ligadas ao setor de commodities. O primeiro fundo, o BRS Asset Management, já foi aberto para captação.Cinquenta por cento do capital da nova empresa é da Indusval Corretora, enquanto os outros 50% estão distribuídos entre os sócios André Luiz Bassi, ex-sócio da Constellation Asset Management que atuou por seis anos no Itaú BBA; Francisco Enrique da Silva, que atuou na gestora americana Emerging Markets Management LLC e, antes disso, trabalhou por oito anos no Itaú BBA; e Fernando Moraes, que trabalhou em diferentes casas de private equity e corretoras. Bassi é o atual gestor da BR Stocks e Moraes é analista, enquanto Silva é responsável pela relação com investidores.A Indusval Corretora era uma subsidiária integral do Banco Indusval até o ano passado. Em junho de 2009, Alexandre Atherino, ex-executivo da corretora Doria & Atherino, que em 1999 fundiu-se com a Fator Corretora, e Luis Fernando Monteiro de Gouvea, sócio da Comercial Asset Management, adquiriram, por meio da empresa Serendipity Holding Financeira, 49% do capital da corretora do Indusval, que, agora, está no controle da BR Stocks. Apesar de compor a estrutura societária, a Indusval Corretora tem atividades totalmente segregadas da BR Stocks, afirma Atherino. “Resolvemos abrir a gestora porque acreditamos que a pessoa física deve ter um crescimento explosivo na bolsa brasileira nos próximos anos. Hoje há 500 mil CPFs cadastrados na BMF&Bovespa, apostamos que esse número deve chegar a 3 milhões em cinco anos”, declara. A asset está localizada na Rua Olimpíadas, na Vila Olímpia, em São Paulo, enquanto o banco Indusval, onde está a corretora, fica na Rua Boa Vista, no centro da cidade.O primeiro fundo da BR Stock foi aberto no início de fevereiro. Silva, diretor de relações com investidores, explica que os produtos long only se encaixam melhor na estratégia da empresa. “Fazemos análise fundamentalista das empresas, acreditando em suas premissas e apostando que elas podem duplicar ou triplicar de valor no longo prazo”, diz. Ele completa que não está nos planos ter fundos de curto prazo, que operam o chamado market timing – lucrando com a alta e baixa dos mercados –, nem alavancagem. “Decidimos optar por um produto desenhado de acordo com o que vemos para o futuro da economia brasileira.” O fundo BRS Asset Management foca em empresas de dois perfis: value e growth. As empresas value são aquelas que, apesar de terem ações consideradas mais baratas, possuem possibilidade de valorização nos próximos anos. As empresas growth são as mais negociadas na Bovespa, como as do setor de commodities. “Todo gestor precisa olhar essas empresas maiores mais de perto, para evitar que a bolsa se volte contra ele. Os dois perfis são importantes. A proporção de quanto vai ficar de cada lado depende muito do comportamento da economia. No instante zero, a idéia é que tenhamos mais value do que growth, sempre”, explica Silva.
Indusval Corretora – Depois de ter 49% de seu capital adquirido pelos sócios Alexandre Atherino e Luis Fernando Monteiro de Gouvea, a Indusval Corretora passou por seis meses de fortes investimentos em infraestrutura e equipe. A empresa montou uma nova área de renda fixa, para operação de compra e venda de títulos públicos, e outra para operações nos mercados futuros. Nos próximos dois meses, deverão ter início as operações de varejo, que envolvem home broker e venda de produtos voltados à pessoa física.A expectativa, segundo Atherino, é atingir em março R$ 1 bilhão de volume mensal negociado, sendo que no mesmo mês do ano passado esse montante estava em R$ 300 milhões. Só em janeiro, a corretora atingiu R$ 700 milhões. No segmento BM&F, a intenção é conquistar posições no mercado de Depósito Interfinanceiro (DI). Atualmente com dois mil clientes, a corretora espera atingir ao menos quatro mil até o final do ano. Para isso, terá de dobrar o quadro de funcionários, que hoje é de 50 pessoas.