Perspectivas 2010 – Wagner Pinheiro

Edição 211

Recompensa por manter as posições até na crise

Navegando pelas manchetes de jornais em setembro de 2008 víamos um quadro de terra arrasada, uma catástrofe sem precedentes para a economia mundial. Falava-se num mundo pior do que o da crise de 1929, que os momentos tenebrosos vividos nas grandes guerras mundiais, índices aterrorizantes de desemprego. Enfim, ninguém dormia, todos preocupados com a crise internacional que levou na enxurrada bancos e grandes empresas, principalmente nos Estados Unidos e Europa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi criticado e ironizado por afirmar que a crise seria apenas uma “marolinha”. Naturalmente, a lupa da grande mídia voltou-se também para os fundos de pensão. Quanto foi a sua perda? Esta era a questão mais utilizada por repórteres pelo telefone, em entrevistas e em seminários aos dirigentes do sistema de previdência complementar.
Sem menosprezar a gravidade do momento, já naquela época a Petros afirmava que a crise era momento de oportunidade. Alguns podem ter entendido que era otimismo demais, que se exercitava o papel de Poliana.
No entanto, os números estão aí para mostrar que o Brasil foi um dos primeiros a sair da crise e que os fundos de pensão dela também saíram mais fortes ainda. Ao contrário de nos desfazermos de nossos ativos, reforçamos nossas posições em empresas consideradas rentáveis no médio e longo prazo.
Em 2008 os números relativos à rentabilidade dos fundos de pensão não foram nada animadores, mas as estimativas para o fechamento de 2009 revertem totalmente este quadro. No caso da Petros, que teve uma rentabilidade de somente 2,20% em 2008, a performance merece comemoração em 2009, pois fechamos até o outubro com 14,16% e estimamos ter completado o ano com cerca de 17,69%.
Neste contexto, devemos louvar a tranquilidade de nossos milhares de participantes que em nenhum momento se desesperaram com as manchetes catastróficas, compreendendo que os fundos de pensão vivem de investimentos em longo prazo e que uma crise, por mais grave que seja, não é duradoura.
Pesquisa concluída em novembro último demonstra o grau de satisfação de participantes, patrocinadoras e instituidores em relação a Petros. Entre ativos e assistidos, a Fundação é bem vista, com 73% se pronunciando como satisfeitos e muito satisfeitos. Destes, 82% vêem a Petros como uma instituição sólida e 77%, como uma entidade moderna. Entre patrocinadoras (empresas para a quais a Petros administra planos de previdência, sendo que dentre as quais a Petrobras é maior) e instituidores (entidades de classe que têm planos administrados pela Fundação), 86% estão muito satisfeitos ou satisfeitos com a administração da entidade.
Destes, 97% consideram a Petros uma entidade sólida, enquanto 89% afirmam ainda que a Fundação “preocupa-se com seus clientes”. Portanto, os números da rentabilidade auferida pela Petros estão em consonância com a percepção dos nossos participantes, patrocinadoras e instituidores.
Entendemos que no âmbito da economia brasileira a crise internacional já passou e que o Brasil para surpresa de muitos está revigorado e, como nunca, no caminho do desenvolvimento. O ano de 2009 foi de conquistas, mas não podemos deixar de concluir que 2008 também se constituiu numa fase de aprendizado, onde o sistema de previdência complementar soube entender sua posição e que a natureza do seu negócio pode levar a oportunidades valiosas mesmo quando há turbulências.
É bom lembrar que os números auferidos à Petros pelos participantes se refletem na maioria dos fundos de pensão brasileiros. A nossa previdência complementar hoje desfruta de uma base sólida e transparente. A criação recente da Previc, autarquia que substituirá a Secretaria de Previdência Complementar (SPC), é a prova inconteste de que a preocupação com a garantia e segurança nos investimentos, que levam a tranquilidade dos nossos participantes, é uma constante.

Wagner Pinheiro de Oliveira é presidente da Petros