Edição 208
Os investidores institucionais contam com um novo produto para investir em crédito privado: o BRZ Multi Recebíveis Crédito Privado FIC, fundo de investimento em cotas com aplicações em diferentes estratégias de recebíveis. Lançado pela BRZ com distribuição da Itajubá, o produto contava, em meados de setembro, com R$ 175 milhões em recursos comprometidos. Por conta de algumas restrições regulatórias, no entanto, o fundo poderia começar a rodar com R$ 120 milhões – entre essas restrições está, por exemplo, o limite de participação de cada investidor institucional no produto, de no máximo 25% do PL total. No mês passado, nove fundações já constavam como cotistas do fundo.Mariano Figueiredo, gestor de crédito da BRZ, estimou na ocasião que o valor de compromissos do FIC poderia chegar a R$ 200 milhões antes do primeiro investimento. “Nós só vamos aceitar novos investidores até o primeiro aporte. Depois disso, fecharemos o fundo. Assim é justo com todo mundo”, disse ele.Uma particularidade do BRZ Multi Recebíveis é que cada estratégia será alocada em um veículo determinado para esse fim. “Por exemplo: a estratégia de créditos pulverizados de middle market, que são operações de fornecedores contra um grande sacado, estará em um fundo específico”, explicou Mariano, ao acrescentar que o sacado terá uma cota subordinada desse veículo determinado. Outras estratégias que terão a sua respectiva “caixinha” são, por exemplo, de recebíveis imobiliários pulverizados e crédito consignado. “Cada tipo de recebível requer uma atenção especial e, para alinhar interesse com o cedente, demanda uma estrutura específica”, defendeu.Outra diferença do BRZ Multi Recebíveis, segundo Mariano, é que toda a relação do gestor com os investidores vai se dar no âmbito do FIC.Segundo a legislação, o institucional só pode comprar 25% das cotas de um Fidc. No caso do BRZ Multi Recebíveis, porém, essa limitação já foi respeitada no FIC – e o FIC, por sua vez, vai poder deter 100% das cotas de um Fidc. “Por isso nós teremos uma governança diferenciada. Quando o institucional compra cotas de um Fidc no mercado, o produto já vem pronto. E o investidor vai precisar reunir um quórum mínimo para definir qualquer alteração no regulamento ou na política de investimento do fundo, se isso for necessário. No nosso caso é diferente. Nós vamos procurar ativamente originadores de carteira, estruturar as oportunidades e montar o produto, sempre com esse viés de alinhamento de interesses”, argumentou o gestor.Além disso, o BRZ Multi Recebíveis tem características similares às de um Fundo de Investimento em Participações (FIP). Segundo Mariano, o fundo tem mandato de até quatro anos, sendo que a gestora tem até dezembro de 2010 para fazer os investimentos. À medida que as oportunidades forem sendo estruturadas, a BRZ fará chamadas de capital. A partir de dezembro de 2010, todo o fluxo de caixa será retornado aos investidores. “E a taxa de performance também segue esse critério.Primeiro nós retornamos os recursos remunerados a IPCA+9% para os cotistas e só a partir disso fazemos jus ao recebimento do prêmio de performance”, detalhou.A idéia, segundo ele, é que o BRZ Multi Recebíveis seja o primeiro produto de uma família. “Esse projeto é muito maior do que os R$ 200 milhões que esperamos para o primeiro fundo, porque é super escalável”, sinalizou o gestor.