Edição 205
Há pouco mais de três anos a Schroders se destacou no segmento dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) ao lançar o Schroder Previdenciário FI em Ações IBrX-50, um dos primeiros fundos de renda variável para o setor, numa época em que a Selic era de 15,25% ao ano (maio de 2006). Naquela ocasião já havia a discussão sobre a perspectiva da queda da taxa de juros, mas com os títulos públicos pagando prêmios altos a situação dos investidores institucionais no geral era confortável.
Mesmo assim a Schroders, uma gestora de recursos independente, angariou seu espaço e hoje tem 35 institutos, entre estaduais e municipais, como cotistas de seu fundo de ações, que atualmente conta com um patrimônio de R$ 85 milhões, uma rentabilidade acumulada de 35,3% no ano e de -23,5% nos últimos 12 meses. Agora, a asset de origem inglesa lança o Schroder RPPS FI Renda Fixa, um fundo que vai investir em títulos públicos e buscar um retorno acima do CDI. “Temos a parte mais agressiva, que é o fundo de renda variável, e agora estamos trazendo um produto mais conservador, mas ativo, para bater o CDI”, afirma Eduardo Mendes, vice-presidente da Schroders Brasil e responsável por toda a área de distribuição da gestora. “É um segmento que tem em torno de R$ 38 bilhões em reservas, com aplicações de 98% em renda fixa e 2% em renda variável – o equivalente a R$ 700 milhões, o que nos leva a ter 12% de market share nesse mercado. Se colocarmos uma meta de ter pelo menos metade dessa participação em renda fixa, estamos falando de R$ 2 bilhões nesse nicho”, calcula Mendes. Segundo ele, a meta é captar R$ 100 milhões para o novo fundo em um ano.
Mas por que lançar um fundo com benchmark CDI justamente agora que a tendência é a diversificação? “A participação da renda fixa na carteira dos institutos sempre vai ser muito grande, então vamos ter um bolo disponível significativo. E entendemos que não faz sentido ficar fora disso”, explica José França, diretor da Privatiza Investimentos, distribuidora focada em regimes próprios que distribui os produtos da Schroders para o setor. Luiz Henrique de Oliveira, também diretor da Privativa, destaca, ainda, que o fundo também funciona como um mecanismo de fuga em momentos de estresse, como o que o cliente enfrentou no final do ano passado. “Não deixa de ser um colchão de segurança para manter o cliente conosco”, observa Oliveira. Ao que tudo indica, o estilo da Schroders não é o de seguir tendências, mas o de se manter focada em sua estratégia, que no segmento de RPPS é ter presença consistente e contínua.