Edição 205
Diante da queda dos juros e das perspectivas de que os fundos de pensão terão de diversificar suas aplicações, a Quest Investimentos criou uma nova área destinada aos investidores institucionais. A empresa contratou Wilson Barcellos, que será head do segmento. A contratação vai ao encontro da estratégia da gestora de dar mais atenção a esses investidores. Atualmente, os clientes da empresa são compostos especialmente por outros bancos, advisors independentes, wealth management e family offices. “Com a queda dos juros, os fundos terão de diversificar os investimentos, e produtos mais sofisticados virão à pauta para que eles possam atingir a meta atuarial”, afirma Walter Maciel, sócio-diretor da gestora, em referência aos multimercados, especialidade da Quest.
A gestora conta com 15 fundos focados em cinco estratégias diferentes: trading, macro, renda variável, long & short e quantitativa. Todas elas se encaixam dentro de uma “filosofia fundamentalista”, afirma Maciel.
Depois de ter sofrido com os saques provocados pela alta aversão ao risco pós-Lehman Brothers, a Quest teve seu patrimônio elevado em 63% somente este ano. Em janeiro de 2009, o patrimônio estava em R$ 550 milhões, e atualmente é de R$ 900 milhões.
De acordo com Maciel, a recuperação foi possível graças a algumas medidas tomadas pela gestora, que zerou posições mais longas, remontou a carteira com ativos mais líquidos e reduziu a exposição ao risco. Para a aproximação com os institucionais, a Quest pretende intensificar a divulgação de seus dois fundos adequados à Resolução 3.456 do Conselho Monetário Nacional (CMN): Quest Institucional FIM e Quest Ações Institucional FIA.
Criado em 2005, o Quest Institucional FIM foi concebido inicialmente como um fundo de fundos da gestora Iporanga. Posteriormente, no final de 2007, a Quest passou a vender suas próprias cotas do produto. “Mas aí veio a crise. Agora é que o esforço de divulgação com as fundações vai começar efetivamente”, lembra Maciel. O fundo conta hoje com patrimônio de R$ 25 milhões, sendo R$ 15 milhões captados em junho. “Fundações que descobriram o produto entraram em contato conosco”, completa. Já o Quest Ações Institucional FIA foi criado em março de 2009 e em setembro estará aberto a captações. Atualmente, a gestora está disputando o mandato de um grande fundo de pensão. Há ainda planos de ingressar nos mercados de crédito privado e private equity. “Mas isso deve ser feito com calma, contratando as pessoas certas, especialistas”, ressalta Maciel.