Edição 198
A acentuação da crise financeira fez a GAP Asset Management sair, no início de outubro, de suas posições de risco nos nove fundos multimercados que tem na prateleira. “Nosso compromisso é com a preservação de capital e por isso optamos mesmo por sair do risco. Já passamos por outros períodos de crise, somos uma empresa de 12 anos, e esse é o nosso caminho cultural: em tempos de crise, preferimos ficar de fora, olhando. Quando a poeira baixar, a gente volta”, diz José Eduardo Araújo, diretor comercial da gestora. Segundo ele, foram totalmente zeradas as posições dos multimercados em dólar e Bolsa, por exemplo. Para o executivo, o que o cliente espera é que realmente seu capital seja preservado. “Ele está preocupado com o principal”, argumenta. Gustavo Castro, responsável pela gestão de patrimônio da GAP, comenta que a indústria de fundos em geral passou por diversas tendências nos últimos meses: os multimercados vinham de um risco moderado em junho, julho e agosto; já em setembro, com a queda significativa dos preços dos ativos, houve um aumento da exposição ao risco; no fim de setembro e em outubro, no entanto, o estresse ainda maior do mercado gerou muitas perdas, o que levou os gestores, de maneira geral, a reduzir o risco. “No início de setembro o mercado já estava nervoso, mas a percepção de que os preços estavam muito baixos animou os gestores. O problema é que a crise veio muito mais forte e rápida do que o esperado”, comenta. Para o executivo, não há expectativa de que a indústria volte ao risco tão cedo.