Novas opções em índices para o mercado de assets | MSCI começa a ...

Paula Salamonde, da MSCIEdição 261

 

Mais uma empresa global começa a atuar no segmento de benchmarks conhecidos como smart betas voltados para o mercado brasileiro. Depois da FTSE Rafi e da S&P Dow Jones, que estão produzindo índices alternativos para o mercado local desde o ano passado, agora é a vez da MSCI cujos índices são seguidos por carteiras que somam mais de US$ 8 trilhões no mundo. Para o Brasil, a empresa começou a calcular os índices da família “factor indexes” desde o mês de junho passado.

“Já estamos em conversas com quatro grandes assets locais que estudam a possibilidade de utilizar nossa nova família de índices para o Brasil”, diz Paula Salamonde, diretora executiva da MSCI no Brasil. A executiva evita se referir aos novos índices com o termo smart beta, apesar de ser o nome mais conhecido desses benchmarks que adotam metodologias diferenciadas em relação aos índices tradicionais. Enquanto os índices da bolsa ou de renda fixa seguem metodologias baseadas na capitalização e no preço das ações ou dos ativos, os alternativos seguem parâmetros diversos, que podem ser fatores fundamentalistas, temáticos, de risco, entre outros.
Independente do nome, o fato é que a utilização deste tipo de índice está crescendo com força nos últimos anos, principalmente depois da crise financeira mundial de 2008. No final de 2012, os índices de fatores da MSCI eram seguidos por carteiras de fundos que somavam US$ 44 bilhões. Um ano depois, no fechamento de 2013, o volume de recursos dessas carteiras somam US$ 71 bilhões – crescimento de mais de 60%.
A nova família de índices da MSCI está dividida em seis tipos que seguem os seguintes fatores: valor, qualidade, dividendos, momentum, risco e volatilidade. “Fizemos um trabalho de adaptação de nossa família de índices de fatores para sua utilização no mercado brasileiro”, diz Paula Salamonde. A executiva diz que tem percebido o aumento do interesse por parte das assets e também de alguns fundos de pensão, ainda que acredite que a utilização dos índices alternativos pelos institucionais ainda deve levar algum tempo.
“Estamos nos antecipando ao mercado ao oferecer os novos índices. Mas acreditamos que em breve essa tendência, que já é forte entre os fundos de pensão lá fora, deve atingir os investidores locais”, prevê a diretora executiva da MSCI. Ela destaca que índices que seguem fatores de risco mínimo, por exemplo, podem representar uma estratégia importante, de caráter complementar, para a carteira de um fundo de pensão.
“Antes o mercado estava separado em gestão alfa e beta. Agora o mundo ficou mais complicado com a oferta de fundos passivos, que oferecem custo inferior”, diz Paula Salamonde. Ela se refere ao menor custo que os fundos passivos, como por exemplo, os ETFs (Exchange Traded Funds) que seguem índices alternativos e muitas vezes proporcionam resultados melhores que a gestão ativa, que costuma ser mais cara.
Ranking – A liderança do segmento de índices alternativos no mercado global pertence à FTSE Rafi, que têm cerca de US$ 170 bilhões em fundos que seguem os benchmarks alternativos, segundo dados da empresa. Por se tratar de um segmento com grande diversidade de produtos, as fontes de informações e os critérios para elaboração dos rankings também costumam variar bastante. Segundo dados da Morningstar, os ativos que seguiam índices alternativos somavam US$ 100 bilhões no final de 2010. No encerramento de 2013, o volume havia saltado para US$ 291 bilhões.
A FTSE Rafi deve subir seu posicionamento no ranking com a aquisição da Russell Investments (ver matéria 56). No mercado local, a Itaú Asset anunciou o lançamento de dois fundos de investimentos com índices alternativos da FTSE Rafi – o Brasil 50 e o BDR 20. A empresa abriu escritório no Brasil desde o primeiro semestre de 2013, sob responsabilidade do executivo Fernando Lifsic.
Uma terceira empresa que se destaca no mercado de índices é a S&P Dow Jones. A BB DTVM contratou um dos índices da empresa em agosto do ano passado para utilizar em ETFs voltados para o mercado doméstico. O SP Brasil Dividendos é um índice alternativo que deve servir de base para um ETF da asset do Banco do Brasil. O produto, porém, está em fase de testes e ainda não tem previsão para lançamento. A S&P Dow Jones não tem uma equipe local para atender o mercado brasileiro. O atendimento é realizado a partir do escritório de Madri.