Banco Santos garimpa lavagem de dinheiro sujo

Edição 120

O Banco Santos inicia em agosto a operação de um novo software contra lavagem de dinheiro, reduzindo de três para um dia o processo de rastreamento de atividades financeiras suspeitas. Chamado Sircoi (ou Sistema de Rastreamento de Reciclagem de Capitais de Origem Ilícita), o produto rastreia, entre outros pontos, mudanças repentinas no hábito das movimentações e variações suspeitas de volumes, além de contas simultâneas abertas em nome de um mesmo cliente e de compra de altos volumes de moedas estrangeiras. A instituição gastou sete meses no processo de implementação do software.
Ao contrário do atual, o novo sistema permitirá que diferentes departamentos da instituição visualizem o banco de dados e operações realizadas pelos clientes. Pulverizando as informações, o rastreamento ganhou agilidade. Além disso, como comenta o diretor de tecnologia do Santos, Maurício Ghetler, o software funciona como um filtro, fazendo uma primeira varredura para as áreas de auditoria e contabilidade do banco. O custo de implantação do sistema para o banco foi de R$ 80 mil.
O software, produzido pela empresa Tecnus e comercializado pela CPM, utiliza banco de dados SQL que interage com a Internet e facilita o envio dos dados suspeitos de irregularidades ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – órgão ligado ao Ministério da Fazenda que, desde 1998, fiscaliza o setor e apura denúncias de lavagem de dinheiro.
O Sircoi já foi instalado em sete bancos, entre os quais Banco CCF Brasil, Banco do Estado do Maranhão e Banco Múltiplo. Para Marcelo Newton Gaban, consultor de negócios da CPM, a expectativa é fechar o ano com mais 25 instituições, entre bancos, seguradoras e corretoras de títulos de valores.