De olho na governança | Previ implanta SAC, estrutura Comitê de C...

Edição 150

A Previ acaba de implantar o Sistema SAC (Seleção, Acompanhamento e Avaliação de Conselheiros), através do qual os conselheiros titulares passam a enviar, pela internet, atas e relatórios das empresas das quais participam. Pelo sistema também será permitido agendar reuniões e cadastrar pautas. O SAC deve ser utilizado já nas reuniões desse último trimestre.
“Agora, não haverá mais quebra de continuidade na troca de conselheiros. Com as informações padronizadas, dá para saber quais estratégias foram desenvolvidas no passado e qual a situação de uma determinada empresa hoje. É importante ter o conselheiro sempre interagindo com o acionista porque decisões estratégicas o afetam e esse contato precisa existir e ser o mais ágil”, considera o diretor de participações da Previ, Renato Chavez.
A Previ prepara, ainda, outras mudanças para os conselheiros a partir de 2005. Além da elaboração de relatórios de atividades, os conselheiros serão avaliados trimestralmente e essa avaliação norteará a escolha dos conselheiros para o ano seguinte. As notas serão resultantes de uma média ponderada entre a nota de desempenho (que terá peso 2) e a pontuação de currículo (com peso 1).
A partir do Encontro do ano que vem, a Previ também deverá passar a cobrar uma taxa de inscrição dos conselheiros titulares de forma a viabilizar a participação de conselheiros suplentes, sem que haja aumento dos custos administrativos da Previ. Segundo o gerente de governança corporativa do fundo, Aloísio Macário, o custo de cada conselheiro para o encontro é de R$ 2,5 mil.
Considerando-se os 227 conselheiros titulares da Previ, o desembolso chega a quase R$ 600 mil – somando-se a este valor o custo dos 186 suplentes a despesa ultrapassaria o R$ 1 milhão (isso levando-se em conta que a Previ, sendo dona de 100% do Costa do Sauípe, consegue obter condições diferenciadas na hospedagem). Segundo Macário, a taxa de inscrição ainda não foi definida, mas deverá ser metade do custo atual por conselheiro.
“Isso aqui nada mais é do que um grande treinamento. Se fossemos, por exemplo, encomendar um curso de governança para os conselheiros o custo seria absurdo. O nosso conselheiro sai daqui sabendo o que a Previ pensa sobre governança e como ela quer que essa atuação se dê no âmbito dos conselhos”, diz Chavez. De fato, neste 6º Encontro de Conselheiros – o segundo realizado em Sauípe – em quase todos os painéis o auditório esteve tomado.
E é esse foco em governança que tem levado a Previ a estruturar um Comitê de Conselheiros, que será formado por três membros com mandato de um ano, e que irá debater exatamente esse tema. Além disso, o fundo deverá criar uma sala virtual de bate-papo para conselheiros, que irão se reunir em um determinado dia da semana para debater idéias.
A centenária fundação dos servidores do BB também decidiu elaborar – após tantos conflitos envolvendo empresas administradas pelo antigo fundo CVC Opportunity – um cadastro que vai identificar quem são os bons e os maus gestores. A metodologia está sendo criada, de forma a não ferir os limites legais e deixar claro os pontos negativos que podem excluir um gestor do cadastro da fundação. “Melhor do que não trabalhar com algumas instituições é poder dizer isso publicamente”, diz o presidente da Previ, Sérgio Rosa.