A filosofia da Mirae | Corretora coreana entra no mercado de admi...

A corretora de origem coreana Mirae Asset Wealth Management iniciou em abril a oferta do serviço de administração de fundos para terceiros. “O que nos motivou a entrar nesse mercado é a possibilidade de alcançar uma boa escala que torne o negócio lucrativo”, diz o diretor da Mirae, Pablo Spyer.
Assim como nas operações em bolsa, a Mirae também vai adotar uma estratégia agressiva de preços para conquistar espaço no mercado de administração, conta Spyer. “Seguimos com a filosofia coreana de oferecer um produto bom e barato”, pondera o executivo. “Esse é um nicho do nosso mercado muito carente, que precisa de serviços de qualidade com preço competitivo”. A estratégia de atuar nesse mercado começou a ser trabalhada no ano passado por uma diretriz estabelecida pela matriz, e desde então a filial brasileira tem buscado as aprovações dos órgãos reguladores, que foram obtidas há pouco tempo. A Mirae globalmente administra cerca de R$ 1,4 trilhão em ativos.
Segundo o executivo, o investimento em equipe e tecnologia para iniciar a operação deve somar cerca de R$ 2,5 milhões até o final do ano, com a meta de alcançar a marca de R$ 2 bilhões em ativos sob administração até o final do ano. “Queremos nos posicionar como um player importante no mercado para disputar com as grandes casas que atuam no segmento”.A Mirae está montando a equipe que ficará responsável pela área de administração que deve ter sete profissionais. Um dos recém contratados é Eduardo David Aucca, que estava na Magliano desde 2007.
O foco inicial da Mirae no segmento de administração será voltado para fundos líquidos regidos pela ICVM 555 e multimercados. “Estamos recebendo uma demanda bastante forte para fazer a administração de fundos desse tipo”, pondera o diretor. Ele nota que a migração de recursos da poupança para fundos de investimento tende a contribuir para o incremento dos volumes sob administração nos próximos meses. Sobre o perfil dos investidores, Spyer fala que não haverá nenhuma restrição, até porque os cotistas dos fundos 555 e multimercados são das mais variadas naturezas.
O executivo acrescenta que o evento envolvendo a Gradual Investimentos, que atuava no mercado de administração de recursos de terceiros e foi liquidada pelo Banco Central (BC) em maio após uma série de irregularidades, vai impulsionar o crescimento do negócio da Mirae. Além da recém iniciada oferta do serviço de administração, a corretora já atua há alguns anos como custodiante de fundos, onde tem cerca de R$ 10 bilhões. Spyer conta que clientes que estavam na Gradual e estão em busca de novas casas representam oportunidade de adicionar cerca de R$ 3 bilhões à área de custódia da Mirae nos próximos meses.

Wealth – A corretora também tem investido no segmento de wealth management, tendo contratado no início de junho a executiva Ruth Walter para chefiar a área. Ruth acumula passagens pelo BTG Pactual, Pragma Gestão e F3, e chega para ocupar cargo que estava vago há cerca de três meses após a saída de Carolina Neumann.
“A Ruth chega para fortalecer nossa atuação junto aos investidores com patrimônio entre R$ 50 milhões a R$ 100 milhões do segmento private”, afirma o diretor da corretora. Dentro de seus planos de expansão a Mirae deve lançar ainda em 2018 uma plataforma de investimentos online para facilitar as operações de aplicação e resgate de fundos por parte dos clientes da área de wealth management.
Outro nicho de mercado no qual a corretora também está expandido seu escopo de atuação é o de análise fundamentalista de empresas negociadas em bolsa. Em março a Mirae contratou Pedro Galdi, com passagens pelas corretoras SLW e Magliano, e em junho trouxe Fernando Bresciani, que já trabalhou no Itaú, BNP Paribas e Banco Votorantim. “Vamos cobrir cerca de cem empresas da Bovespa”, diz Spyer.