Edição 242
A Caixa Econômica vem reforçando a grade de produtos de renda variável voltados para os regimes próprios de previdência dos estados e municípios. A principal novidade é o lançamento, previsto para as próximas semanas do primeiro ETF (Exchange Traded Fund) sob gestão da Caixa. É um fundo indexado ao Ibovespa que será direcionado para os RPPS através de um fundo de investimentos em cotas (FIC).
A asset da Caixa também vem apostando na oferta de fundos de dividendos e small caps, em parceria com a Vinci Partners. O fundo de small caps captou R$ 180 milhões de recursos de RPPS no primeiro trimestre de 2012. Já o fundo de dividendos, também em parceria com a Vinci, ainda está aberto para captação, mas já acumula mais de R$ 270 milhões de recursos de RPPS. Somados os dois fundos, a captação junto aos institutos (R$ 450 milhões) representa um montante bastante superior aos valores dos últimos dois anos. Em 2010, a Caixa tinha captado R$ 89 milhões de RPPS para produtos de renda variável e, em 2011, apenas R$ 18 milhões.
“Depois da fase de diversificação de produtos de renda fixa voltados para os regimes próprios, agora estamos reforçando as opções de investimentos estruturados e fundos de renda variável, com a oferta de produtos com gestão diferenciada”, diz Alenir de Oliveira Romanello, superintendente nacional de gestão de ativos de terceiros da Caixa. Ela faz referência ao processo anterior de criação de fundos de investimentos com os índices da família IMA (IMA-B, IMA-Geral, IRFM entre outros), que vinham atraindo a preferência dos gestores de institutos nos últimos dois anos. Com a perspectiva de fechamento das taxas dos títulos públicos, a asset da Caixa procura oferecer novas alternativas de fundos.
A mais recente novidade é o lançamento do primeiro ETF da Caixa. Até agora apenas a BlackRock e a Itaú Asset Management vinham oferecendo produtos desta categoria. O novo produto da Caixa está em fase final de aprovação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para facilitar o acesso dos regimes próprios ao ETF, que seguirá o Ibovespa, a Caixa está montando uma estrutura de FIC – Fundo de Investimentos em Cotas. O desenho visa facilitar o acesso dos institutos, que não precisarão recorrer a uma corretora para comprar as cotas do ETF.
Será o segundo ETF a seguir o Ibovespa, já que o BOVA11, da BlackRock, tem o mesmo benchmark. “Mesmo com a existência de outro produto similar no mercado, a entrada da Caixa é bastante positiva, pois tende a trazer clientes de novos segmentos para os investimentos em ETFs”, diz Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BM&FBovespa.
Fundos de ações – Outra atitude da asset na área de renda variável foi a adaptação de todos os fundos de ações de varejo para os regimes próprios de previdência. “Alteramos o regulamento de todos nossos fundos para permitir a entrada dos institutos de previdência”, diz a superintendente. A mudança realizada em meados deste ano, ainda precisa cumprir o prazo de seis meses, para permitir a entrada de clientes institucionais. Porém, a equipe de gestão da Caixa tinha percebido que apenas a adaptação dos fundos de varejo não seria suficiente para atender a demanda.
“Os regimes próprios e também os fundos de pensão estão procurando opções na renda variável com uma gestão diferenciada. Percebemos que apenas nossos fundos de prateleira não atenderiam suas necessidades”, diz Alenir Romanello. Daí surgiu a iniciativa da parceria com a Vinci Partners para estruturar produtos que não apenas seguissem os principais índices de bolsa. A primeira parceria foi o lançamento de um fundo de small caps no primeiro trimestre de 2012 que foi bem avaliada pelas assets.
Além da forte captação junto aos regimes próprios, a Caixa conseguiu atrair também os fundos de pensão, que entraram com R$ 230 milhões no fundo. A Caixa tem percebido o aumento da captação junto às entidades fechadas. “Estamos atuando mais próximos aos fundos de pensão. Temos começado a participar de processos de seleção de fundos exclusivos, o que não fazíamos até dois anos atrás”, diz a superintendente.
Então, a Caixa e a Vinci partiram para a segunda parceria: um fundo de dividendos. O fundo Caixa Valor Dividendos segue a estratégia de investir em ações de empresas que adotem a política de distribuição de dividendos, ou que venham a adotar no futuro através de um trabalho de governança do gestor. É um fundo de médio a longo prazo, com carência de cinco anos. Os dividendos são depositados diretamente na conta dos cotistas. A expectativa é que apenas os dividendos garantam a meta de inflação mais 6% ao ano, mais a valorização das cotas.