Edição 247
Diante do fechamento das taxas de juros e da corrida por mais rentabilidade, o instituto de previdência de Joinville (Ipreville), em Santa Catarina, prepara dois editais para credenciar novas companhias de gestão e administração de recursos. “A ideia é não ficar atrelado apenas às instituições credenciadas anteriormente. Queremos ampliar a quantidade de gestores e traçar novas estratégias”, afirma o gerente de investimentos, Sérgio Luiz Miers.
Um dos principais focos dos novos contratados deve ser a seleção de fundos estruturados, além da criação de uma carteira administrada que pode chegar a R$ 200 milhões e que deve valer a partir de julho. A nova carteira terá como objetivo a superação da meta atuarial da instituição (INPC+6% ao ano). “Temos interesse que o mercado crie mais produtos que ajude a desenvolver as economias locais ou regionais”, acrescenta.
Segundo o gerente, o portfólio administrado irá garantir mais liberdade ao gestor no balaceamento de ativos de renda fixa e renda variável.
Do patrimônio de R$ 1,1 bilhão, 10% a 20% destes ativos financeiros estarão na nova carteira. De acordo com ele, as maiores assets do mercado estarão na disputa e o tamanho das empresas será levado em conta. O resultado da seleção deve sair no segundo semestre deste ano.
Miers conta que mesmo com um bom histórico de alocações, os resultados em 2013 sofreram com a redução do desempenho dos IMAs. Por isso, a área comandada pelo executivo tem mantido e direcionado recursos para fundos de curto prazo. Por outro lado, sua gestão mais ativa em renda variável deve crescer de 12% para 15% até dezembro. Um acompanhamento da entrada e saída de produtos no mercado, estabelecendo uma disciplina de controle do segmento, também é feito hoje nos 27 fundos de renda variável para evitar perdas. A regra indica um analista a cada nove fundos. Com uma atenção maior para o setor de participações em que há a oportunidade de se investir mais 1% do patrimônio. Eles já têm 4% e irão alcançar o teto de 5% na modalidade.
De forma paralela, gestores que já fazem parte do quadro ativo da entidade têm apresentado novas opções ao Ipreville, são eles: Kinea, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Pátria, Bradesco e Itáu. No total, são 16 assets e 16 administradores, grupo que compõe uma lista que é objeto de análise de desempenho permanente.
“Essa fase também servirá para revisarmos, individualmente, os produtos que já adotamos. Vamos comparar ponto a ponto se nossos rendimentos estão de acordo com a nossa política”, diz.
Além do patrimônio líquido, a administração da entidade coordena investimentos da ordem de R$ 30 milhões em imóveis e possui ainda R$ 400 milhões de parcelamento de dívida da prefeitura local.
Mudanças – A instituição teve sua equipe interna realinhada em 2013 após a entrada da nova presidente Márcia Alacon que ficou no lugar de Malvina Locks. Ela trocou os dois suplentes do comitê de investimentos e manteve apenas um analista vindo da administração anterior.
Miers, que já era do Ipreville, era anteriormente da secretaria de orçamento e planejamento e da secretaria de desenvolvimento econômico do município. Antes de ingressar no serviço público, trabalhou em instituições financeiras como Bradesco e Unibanco.
Nos investimentos, a onda de mudanças não atingiu a consultoria de investimentos contratada pelo regime próprio, que pelo 4º ano consecutivo fica sob a responsabilidade da Risk Office em serviços como análise de risco, a fase operacional da abertura de carteiras e estudo de estruturados.