Edição 137
O sindicato dos engenheiros no estado do Rio Grande do Sul quer instituir, até 11 de dezembro, um plano de previdência complementar para a categoria. A escolha da data não é fortuita. É nesse dia que se comemora o dia desse profissional. Segundo o presidente da entidade sindical, Joel Fischmann, o novo fundo de pensão será dirigido aos 9 mil associados e, numa segunda etapa, deve ser oferecido aos cerca de 30 mil engenheiros gaúchos e seus dependentes. A administração do fundo deve ficar a cargo da fundação Eletroceee, fundo de pensão patrocinado por companhias de geração e distribuição de energia elétrica do estado.
O pedido de aprovação do plano deverá ser enviado à Secretaria de Previdência Complementar (SPC) até o final de agosto, adiantou o diretor financeiro da fundação, Miguel Rui Bortolotto. Segundo ele, a expectativa é que a nova entidade consiga agrupar 4 mil participantes até o final do ano. Cálculos preliminares dos atuários indicam que cada associado precisará desembolsar uma quantia mensal mínima de R$ 200 de contribuição. Bortolotto alega que o valor não é considerado elevado pelo fato de abranger uma classe de maior poder aquisitivo e com um maior grau de poupança.
A fundação vai cobrar uma taxa de administração média de 7% sobre a contribuição, representando uma média mensal de R$ 14 por participante. “A taxa de administração irá variar de acordo com as necessidades do cliente”, explica Bortolotto. Este valor, segundo o diretor, cobrirá custos de emissão de extratos trimestrais das contas dos participantes, boletins bimestrais, relatório anual, custos com atuários e estrutura física. “Sem boletins ou relatórios, o custo se reduz”, lembra. “Quanto menor a taxa de administração, mais recursos são direcionados para investimentos e portanto maior será a rentabilidade”, explica Bortolotto.
Entre os engenheiros que formam o público-alvo do fundo, estão os profissionais autônomos e funcionários de empresas que não oferecem planos fechados. Segundo cálculos de Fischmann, esse perfil representa 80% do quadro de associados. Outro público que o sindicato espera atrair para o plano é o dos engenheiros que já participam de fundos de pensão, mas que poderiam optar por uma suplementação.
Para o presidente do sindicato, a opção pelo fundo de instituidor cria um vínculo mais estreito com o participante, ao contrário da opção por um fundo de previdência aberto. A opção pelo fundo de previdência aberto foi feita pela Federação Nacional dos Engenheiros, que no ano passado aderiu a um PGBL multipatrocinado da Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, o CNPLPrev, administrado pela AGF Vida e Previdência.
Ainda de acordo com Fischmann, a decisão de hospedar o plano do sindicato na Eletroceee foi tomada em razão das taxas de administração e de rentabilidade dos investimentos da fundação (no primeiro semestre, a rentabilidade líquida da fundação foi de 19,36%, superando a meta atuarial, que era de 11,09%). A fundação Eletroceee possui patrimônio de R$ 1,7 bilhão.
O diretor financeiro da fundação Eletroceee, Miguel Rui Bortolotto, afirma que os recursos do fundo instituído serão administrados pelo staff da própria fundação, ficando a custódia com o Itaú (atual custodiante do fundo).