Edição 250
Mesmo com o fraco desempe nho da bolsa brasileira nos últimos meses, o Instituto de Previdência dos Servidores de Cubatão (SP) está vendo na renda variável sua principal chance de tentar superar a meta atuarial deste ano. Dentro dos próximos meses, o RPPS planeja receber gestores especializados e avaliar fundos com foco em dividendos e small caps. Tambéms serão analisadas opções em fundos de investimentos em participações e imobiliários.
Na visão do superintendente da entidade, Marcus Marcelo Passarelli, o plano que prevê uma gestão mais ativa que tende a aumentar sua exposição em bolsa. A política de investimentos do regime próprio prevê o limite de até 30% do patrimônio em renda variável em 2013. O limite da política no ano passado era de 20%, mas fechou o ano com apenas 11,52% na carteira de ações.
A mudança é fruto dos primeiros trabalhos do comitê de investimentos da instituição, criado em outubro do ano passado, e principalmente do tímido retorno apresentado pelos fundos da família de índices IMA no primeiro semestre do ano. “Mudamos a política para este ano pensando também em uma adaptação à diversificação dos ativos. Sem uma presença mais robusta em ações, não conseguiremos bater a meta atuarial”, diz o superintendente.
Em 2012, a taxa de INPC+6% foi batida con folga. A rentabilidade global dos investimentos do RPPS bateu 165% da meta. Mas para este ano as previsões são, de fato, mais pessimistas. A abertura das taxas de juros dos títulos públicos produziu resultados negativos para os fundos IMA, que concentram a maior parte dos recursos dos regime próprio. Para dribar esse cenário, fazem parte da estratégia de Passarelli um aumento de pelo menos 8% do patrimônio em fundos de ações, 5% em multimercados, 5% em participações (ambos não fazem parte do portfólio) e uma expansão da aposta em fundos imobiliários que era de 1,18% para 3%.
Dividem hoje a gestão do patrimônio de R$ 300 milhões do instituto de Cubatão, os seguintes gestores: Caixa Econômica Federal (22%), Bradesco (19%), Santander (13%), Banco do Brasil (11%), Safra (6%), Itaú (5%), BTG Pactual (5%), Paraná (4%), BNP Paribas (4%), Geração Futuro (4%), Cruzeiro do Sul (3%), BNY Mellon (0,61%) e Citibank (0,30%).
Migração – Além da decisão do aumento da exposição em renda variável, o regime proprio traçou neste primeiro semestre um estudo de comparação com o restante do mercado e, em um segundo momento, um plano para reduzir a volatilidade da renda fixa, que atualmente responde por 88,48% da soma de recursos do RPPS. Com consultoria da Crédito e Mercado, a conclusão da equipe foi de que era preciso reduzir papéis atrelados ao IMA-B e passá-los para o IMA-Geral. Essa migração seria de 10% do patrimônio.
A realocação seria colocada em prática nos primeiros meses do ano, mas foi interrompida, justamente pela queda do desempenho dos fundos IMA-B, e agora aguarda uma melhora do mercado. “Um resgaste de recursos neste momento causaria prejuízos, por isso preferimos esperar e evitar movimentações com foco no curto prazo. Nós podemos e vamos esperar mais”, defende. Para ele, as sinalizações do governo federal aparecem como principal termômetro, já que os títulos do Tesouro ainda se apresentam como carro chefe da carteira.