Edição 249
A fim de intensificar sua participação junto aos regimes próprios de previdência, a Fator Administração de Recursos (FAR) acaba de trazer para a equipe da casa uma nova gerente de captação exclusiva para os institutos estaduais e municipais. Fábia Barbosa que já teve passagens pelo sistema de aposentadoria de Ubatuba (SP), onde atuou como diretora financeira, pela Infinity Asset Management e pelo Banco Santos, terá como principal meta mapear as entidades e suas principais necessidades. A busca por novos clientes deve começar por cidades paulistas como São José dos Campos, Santo André e São Bernardo do Campo.
“Um dos principais desafios do segmento atualmente é atingir a meta atuarial, cujos patamares estão elevados (inflação + 6%) diante do cenário econômico. Portanto, melhorar a estratégia de gestão e de alocação de fundos nos institutos pode ser o grande diferencial diante desse entrave”, diz Fábia Barbosa.
Atualmente com o terceiro lugar entre os clientes da gestora, os RPPS somam R$ 62,89 milhões, ficando atrás dos fundos de pensão (R$ 4,65 bilhões) e da previdência privada (R$ 94,34 milhões). Segundo o úlitmo ranking Top Asset (com dados de dezembro de 2012) realizado pela Investidor Institucional, a casa não teve crescimento no segmento dos institutos de previdência nos últimos 12 meses, diferente do que ocorreu junto às fundações, que apresentou alta de 34,16% no último ano. A expectativa da FAR é ampliar a base de clientes RPPS, dos três atuais para 15 nos próximos 6 meses e, para 30, até junho de 2014. “Trabalharemos com uma abordagem focada em soluções customizadas, analisando carteira por carteira”, detalha o diretor de produtos da gestora, Fernando José.
Segundo ele, essa nova fase da companhia retoma planos iniciados no início dos anos 2000, mas que foram descontinuados por conta de um recuo da demanda ocorrido na época em razão dos acontecimentos envolvendo o Banco Santos. A quebra do banco, que tinha forte posicionamento entre os RPPS e fundações, teria desencorajado o mercado a buscar alternativas menos comuns e o levou de novo aos produtos de bancos tidos como “oficiais” como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
“Nunca deixamos de acompanhar a área [RPPS] e, com este novo cenário econômico queremos apresentar planos que garantam um equilíbrio eficiente da renda variável e fixa nos portfólios”, afirma José.
No que diz respeito a seleção de ativos, quem estará a frente da gestão será o diretor de renda fixa e multimercados, Marcos Paolozzi. No total, sete fundos estão adaptados à Resolução 3922 do Conselho Monetário Nacional (CNM), que rege os investimentos dos regimes próprios. O executivo considera o momento bom para um aumento da exposição ao risco e garante uma receita dinâmica com alocações de curto, médio e longo prazo, a depender das oportunidades. “Buscaremos a captação dos prêmios em cada tipo de estratégia.”
Mix de Investimentos – Paolozzi defende principalmente o uso variado dos ativos e destaca modalidades como small caps e dividendos, com um estudo detalhado pelo setor imobiliário, no qual podem ser encontradas boas oportunidades para o longo prazo, de acordo com ele. “O momento exige uma mistura de componentes financeiros. A receita não é tão clara como antes e será difícil garantir ganhos com apenas um tipo de estratégia”. Para o executivo, também fazem parte da aposta de alguns setores da economia como logística e hotelaria.
O gestor espera organizar as carteiras baseada em três pilares: renda variável pura, renda fixa ativa e estruturados (conservadores e ativos). Desde fevereiro na FAR, Paolozzi que veio da Lótus Investimentos trouxe para a asset dois fundos (Dinâmico e Quanti) e dois profissionais, um matemático-estatístico e outro especializado em tecnologia da informação (TI).