Mercado ganha nova asset de crédito privado

Edição 201

Dois ex-executivos da Mauá decidiram montar sua própria gestora, focada especialmente em crédito privado. Os sócios William Rozenbaum Trosman e Martha de Sá saíram da asset do ex-Banco Central Luiz Fernando Figueiredo em julho do ano passado para montar a Octante Capital, cujo registro já foi aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Neste mês de março, o novo fundo de crédito deve ser lançado, de R$ 12 milhões. Para o primeiro semestre, está previsto o lançamento de um produto offshore.

A empresa estrutura operações com Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fidcs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). “Com as mudanças que ocorreram no Brasil, como a formalização da economia e a evolução nos financiamentos, o crédito passou a ser mais bemprecificado. Antes, as pessoas não tinham dívidas, consumiam tudo à vista. Os spreads de crédito eram pequenos e, hoje, vemos que o crédito é mais bem remunerado e finalmente entendemos que é bom entrar nesse mercado”, afirma Rozenbaum. “No último ano, desde o início da crise, isso se acentuou mais ainda. Apesar de parecer uma época mais tumultuada, é mais transparente, os riscos são mais bem percebidos.”

O investidor alvo da nova asset será a pessoa física, por conta dos benefícios fiscais que esses ativos oferecem, e os institucionais. Sobre a alta da inadimplência, Rozenbaum afirma que, por enquanto, não é preocupação. “A aversão ao risco aumentou em todos os mercados. E há como mitigá-los com cotas de subordinação e sobregarantias”, afirma Martha. Com cinco pessoas na equipe, a asset planeja encerrar o semestre com dez.