Foco em planos abertos para empresas | Procura de companhias estr...

Edição 267

 

Notando o interesse crescente de empresas por planos de previdência aberta ao longo de 2014, a MetLife decidiu que essa será uma área em que a companhia irá buscar um crescimento mais expressivo a partir de agora. “A gente já tinha o produto na grade, mas não estruturávamos a venda para as empresas. Estamos começando a fazer essa estruturação”, afirma Julio Medina, diretor de previdência e investimentos da MetLife.
A Metlife tem um posicionamento expressivo na previdência fechada. Seu fundo multipatrocinado, o Multiprev tem um patrimônio de R$ 3,2 bilhões, e administra cerca de 120 planos de benefícios, de 65 empresas patrocinadoras. Segundo Medina, o crescimento anual do Multiprev, na média, tem sido de 20% – 10% são provenientes da rentabilidade dos fundos, e os outros 10% vem das contribuições dos participantes e de novos planos. Ao longo de 2014 cinco empresas transferiram ou iniciaram planos de previdência com a Multiprev: Atento, Hyundai, Aker Solutions, Avaya e Mondelez, essa última responsável pela transferência do maior plano em termos de patrimônio, de aproximadamente R$ 300 milhões.
A partir deste ano, o objetivo é fortalecer a oferta de planos abertos para as empresas. Hoje a base de empresas com planos de previdência aberta na MetLife soma 177 companhias, mas esse número não tem relação com a nova diretriz para o negócio, já que a área existia desde 2002. Em 2014, três empresas entraram em planos previdenciários abertos da MetLife: Locar, NPS e Scholle. Um dos fatores da decisão da Scholle, empresa americana de embalagens, de aderir ao plano da MetLife, em substituição à Brasilprev, foi o fato de se tratar de uma companhia americana (leia mais no box).
O patrimônio da previdência aberta na MetLife ainda é baixo, de apenas R$ 200 milhões, ainda mais se comparado com o do Multiprev. “Muitas empresas que entram começam do zero, ou com um patrimônio pequeno, de R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões”, diz o diretor. “Até por isso que acreditamos nesse negócio, são empresas que no futuro vão ter um outro tamanho, que terão um forte crescimento”, diz.
A estruturação envolve adaptações de sistemas operacionais, e da parte comercial do negócio, que não exigiu um aumento no quadro de funcionários. Isso porque, explica Medina, o Multiprev já tem uma área comercial capaz de atender a demanda tanto da previdência fechada quanto também da aberta.
“Empresas estrangeiras que conhecem a MetLife fora do Brasil começaram a nos procurar aqui, e isso nos chamou bastante a atenção”, diz o executivo, sobre a decisão da companhia de direcionar um esforço maior para o negócio de previdência privada corporativa.
“Tomamos a decisão por conta do crescimento que temos visto nesse negócio historicamente nos últimos anos. Trata-se de uma tendência no mercado, das empresas oferecerem mais benefícios, e a previdência tem sido um diferencial”, diz o executivo.

Mudança na gestão

Uma das empresas que aderiram ao plano da MetLife, a Scholle estava a procura de outra companhia para prestar o serviço, pois estava insatisfeita com o trabalho que a Brasilprev realizava desde 2006. “Quando cheguei aqui me assustei com a baixa adesão dos funcionários, e a sensação que tive depois de algum tempo foi a de que não se buscava novas adesões”, fala Alan Curdoglo, gerente financeiro da Scholle no Brasil. De 180 funcionários, apenas 15 participavam do plano de previdência da companhia.
Em conversas com o Citi, que tem relacionamento com a Scholle, o gerente teve boa recomendação da MetLife, com quem o banco estrangeiro também trabalha, e a partir daí se iniciaram as conversas, que culminaram com o contrato assinado em setembro. “Como a Scholle é uma empresa americana, me pareceu interessante conversar com a MetLife, já que seria mais fácil convencer a diretoria de fazer um plano de previdência com uma empresa americana, que eles já conhecem o tamanho”, pontua Curdoglo. Outro atrativo para a migração para a MetLife foi o custo, com taxas menores.