Shell contrata PGBL para suplementar plano | Cerca de 15% dos fun...

Edição 74

A Shell contratou um PGBL para suplementar seu plano fechado de benefícios, o Comshell. O novo plano, que começou a funcionar no último trimestre do ano passado, já conta com a adesão de 279 pessoas, o que representa cerca de 15% do quadro de funcionários da empresa, e reservas de R$ 790 mil. Deste total, cerca de 60% referem-se às contribuições dos participantes e 40% da patrocinadora.
Com isso, a Shell passa a ser uma das únicas empresas que atuam no mercado nacional a oferecer ao funcionário a possibilidade de ter simultaneamente dois planos de previdência privada. Antes dela, apenas algumas instituições financeiras, como por exemplo o CCF, haviam adotado uma política de benefícios semelhante. Para administrar o PGBL, a Shell contratou a Itaú Previdência.
Qualquer funcionário da empresa pode aderir ao novo plano. Mas o que se verifica, na prática, é que a maior parte dos que entram nele pertence ao grupo de maior nível salarial. “O índice de adesão ao PGBL superou nossas expectativas”, afirma o gerente de remuneração da
Shell, Henrique Gonzalez Garcia Filho. “Isto comprova que a população da empresa apresentava uma aspiração a ter um plano adicional ao benefício do fundo de pensão”.
Ele explica que a empresa acabou optando pelo PGBL em função de uma orientação de redução da carga operacional do fundo de pensão. “Alterar o plano da Comshell, tornando-o mais abrangente com a criação de um plano de contribuição definida, traria mais trabalho para o fundo de pensão e desviaria a empresa de seu foco de atuação”, diz.
O plano BD da Comshell, constituído há 20 anos, já se mostrava ultrapassado em comparação aos de outros dos concorrentes. Junto ao benefício do INSS, o plano fechado tem a meta de oferecer uma aposentadoria equivalente a 62% do salário do empregado. O maior problema do plano BD, porém, é a falta de flexibilidade em relação ao resgate das reservas em caso de desligamento do funcionário. Este só tem direito a levar uma parte das reservas depois de acumular 50 pontos, contando a idade com o tempo de contribuição. Por exemplo, uma pessoa que ingressou no plano aos 20 anos, só terá direito a levar uma parte das reservas se trabalhar na Shell até os 35 anos de idade – 15 anos de contribuição e 35 anos de idade. “Os mais jovens não vinham demonstrando muito interesse pelo plano do fundo de pensão”, afirma Garcia Filho.
Além disso, como o plano fechado é custeado apenas pela patrocinadora, o funcionário acaba não se beneficiando das vantagens tributárias de se investir em previdência privada. Com a adesão ao PGBL, o participante tem a oportunidade de diferir as contribuições ao plano em até 12% do Imposto de Renda. Além disso, o PGBL da Shell, por ser do tipo corporate, possui taxa de administração bem abaixo dos planos de varejo. “Pelo tamanho do PGBL da Shell, a taxa de administração do plano cai para menos da metade em comparação com um produto vendido em nossas agências”, diz João Carlos Rossi, superintendente comercial da Itaú Previdência.

Fundo exclusivo – Outro diferencial do PGBL da Shell é a administração das reservas através de um fundo exclusivo. A Itaú Previdência classifica o plano da Shell no grupo dos PGBLs corporate de grande porte. Para estes tipos de plano, a entidade de previdência constitui um fundo de investimentos exclusivo destinado à gestão dos recursos. O desempenho do fundo pode ser acompanhado diariamente pelos participantes através da Imprensa, que publica a evolução das reservas das cotas. “O plano da Shell é o nosso primeiro e único PGBL administrado através de fundo exclusivo”, revela Rossi. A Itaú Previdência realiza a gestão de outros PGBLs do tipo empresarial, mas através de fundos abertos que possuem recursos de outros clientes de previdência privada.
Por enquanto, o PGBL da Shell está sendo oferecido com apenas o perfil conservador. Mas, após completar seis meses de existência, a empresa pretende oferecer a opção pelos perfis moderado e agressivo. O participante do plano poderá, então, escolher qual o tipo de investimento para suas reservas do PGBL.
Outra vantagem do PGBL é a alta liquidez do plano. Depois de cumprido o prazo de carência de 60 dias, o participante pode sacar os recursos do fundo. Também tem a possibilidade de realizar aportes extraordinários a qualquer momento, além da contribuição normal que é descontada em folha de pagamento. O participante pode inclusive, requerer a portabilidade do PGBL para transferir os recursos para outra entidade aberta ou seguradora do mercado, caso não esteja satisfeito com a Itaú Previdência.
A agilidade do produto também é outro ponto positivo do PGBL. A entidade do Itaú está implantando um sistema de consulta aos funcionários da Shell que permite o acompanhamento de suas reservas através da internet. O sistema permitirá a emissão de extratos do saldo das contas de cada participante. Em uma segunda etapa, os funcionários da Shell poderão escolher os perfis dos investimentos de suas reservas através da internet. Por enquanto, as movimentações estão sendo realizadas através do telefone.