Edição 276
Depois de um longo processo de contratação de gestores para recuperação da sua carteira de crédito privado, a Petros, segundo maior fundo de pensão do país, finalmente definiu quais são as instituições responsáveis pela gestão dos ativos. O processo foi iniciado no ano passado e chegou a anunciar um vencedor, o Brasil Plural, no início de 2015, porém, com a mudança na direção da fundação, com a entrada do novo presidente, Henrique Jager, e novos diretores, a contratação foi cancelada.
Reaberto no primeiro semestre de 2015, o novo processo de seleção foi concluído no mês de outubro, com a contratação de três gestores que dividem a recuperação de uma carteira total avaliada em R$ 2,1 bilhões. Foram contratados o Brasil Plural, Canvas (ex-Península Investimentos) e Polo Capital que ficam com a gestão de três carteiras de créditos inadimplentes.
Essa carteira total de R$ 2,1 bilhões é sbdividida em duas carteiras menores, de R$ 1,3 bilhão e de R$ 800 milhões. A primeira, de R$ 1,3 bilhão, é constituída por fundos exclusivos e FIDC-NP (Não-Padronizados), que recebem os ativos em default. O total de ativos terceirizados para cada asset ultrapassa a marca de R$ 400 milhões.
Para a segunda carteira, de R$ 800 milhões, a gestora escolhida foi a Brasil Plural, só que nesse caso os ativos são créditos adimplentes. Junto ao processo de seleção de gestores, foi realizado também processo de escolha de administrador. Neste caso, a Socopa foi o administrador escolhido para todas as carteiras e fundos de recuperação de crédito da Petros. “O Brasil Plural é a maior e principal gestora de crédito privado do país, por isso, ficou com uma parte maior da carteira”, diz Licio Costa Raimundo, diretor de investimentos da Petros.
O processo de recuperação das carteiras envolveu ainda a seleção de cinco escritórios de advocacia (ver abaixo). “Selecionamos cinco grandes bancas de advocacia para recomendar aos gestores. Mas é importante ressaltar que a responsabilidade pela contratação do escritório é do gestor”, explica o diretor de investimentos da Petros.
Ele explica que a intenção do processo é reduzir o número de escritórios de advocacia envolvidos na recuperação de ativos de crédito da fundação. “Tínhamos cerca de 25 escritórios anteriormente, a maioria sem expertise e pessoal suficiente para atender nossa demanda”, diz o diretor. A expectativa é que o trabalho de recuperação de crédito ganhe maior agilidade e eficiência com a nova estrutura de gestores, administrador e escritórios. “Acreditamos que teremos maior volume de recuperação em um tempo menor”, diz Raimundo.
Histórico – As carteiras de crédito com problemas da Petros são formadas por 65 ativos inadimplentes e 4 adimplentes. A carteira começou a ser formada a partir de 2006, quando a política de investimentos decidiu privilegiar os ativos de crédito para obter ganhos adicionais em comparação com os títulos públicos.
Desde então, foram investidos cerca de R$ 5 bilhões em ativos de crédito e em fundos de direitos creditórios (FIDCs). Estimativas da fundação dão conta que foram resgatados da carteira cerca de R$ 7,5 bilhões. O restante é o que se espera recuperar da carteira que está sendo terceirizada. A Petros tem uma carteira de investimentos total de R$ 70,12 bilhões, segundo dados da Abrapp referentes a junho de 2015.
As aplicações em ativos e fundos foram bastante pulverizadas e, por isso, atualmente não há uma forte concentração de recursos em algum papel específico, explica o diretor de investimentos da Petros. Um exemplo de aplicação que foi a default são os FIDCs que tinha gestão do BVA, banco que passou por liquidadação extrajudicial. “As cotas dos FIDCs se transformaram nos créditos a recuperar”, explica Raimundo.
Escritórios de advocacia
H. B. Cavalcanti e Mazzillo Advogados
Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados
Ferro, Castro neves, Daltro & Gomide Advogados
Trech, Rossi e Watanabe Advogados
Souza, Cescon, Barrieu e Flesch Advogados
Fonte: Petros