Risco não compensa

Edição 112

Os fundos de pensão estão bastante cuidadosos para tomar crédito privado. Para Marcelo Neves, diretor financeiro da Fundação São Rafael (Xerox), o mercado de debêntures só vai se expandir mais na medida em que transmitir maior credibilidade para o investidor. “Tem existido pouca oferta de debêntures com a qualidade de crédito que a nossa política de investimentos exige”, comenta.
Tanto isso é verdade que a fundação não compra nenhuma debênture há pelo menos um ano. A última aquisição foram as debêntures de Marlim, em janeiro de 2001. O diretor da São Rafael afirma que antes de comprar algum papel a fundação consulta outras fundações e também conversa com alguns gestores. Pelo jeito, a conversa não é das mais animadoras.
Outro cuidado que normalmente a fundação toma é de não desenquadrar a carteira sob o aspecto do risco de crédito, ou seja, se ela já tem ações de uma determinada empresa em carteira, e esta empresa decide emitir debêntures, a fundação redobra a cautela para adquirir tais papéis. A ordem é avaliar se o risco que está tomando da empresa ou de um determinado setor não está acima do risco que pretende assumir.
O diretor de investimentos da Fundação Cesp, Martin Glogowsky, entende que, para que haja maior crescimento do mercado secundário de debêntures será imprescindível uma maior divulgação da análise de risco das empresas.