Edição 140
Melhoria na qualidade das políticas de investimento, novas regras estabelecidas pela 3.121 e Parcerias Público-Privadas foram os destaques do terceiro dia de congresso.
A crescente profissionalização da indústria de fundos de pensão está resultando na construção de políticas de investimento mais dinâmicas e adequadas ao perfil específico de cada entidade. Esse foi o fio-condutor da apresentação do diretor de investimentos e finanças da Fundação Vale do Rio Doce (Valia), Manoel Cordeiro, no Congresso da Abrapp.
“Em anos anteriores, a política era algo muito vago, genérico, tendo como objetivo investimentos com direcionamento à meta atuarial”, afirmou Cordeiro. A partir de agora, a tendência é aprimorar a cada ano, pois os fundos de pensão não apresentam mais uma característica passiva em se falando de investimentos, disse o diretor da Valia. Ou seja, eles não planejam sua política tomando por base os investimentos de outras entidades de porte similar, ou apenas para atender à exigências da SPC.
Cordeiro destacou ainda que a resolução 3.121, estabelecida em setembro último pelo Conselho Monetário Nacional, traz pontos positivos nas novas regras de investimento, como maior flexibilidade nos limites e mudança na avaliação dos riscos. “A nova regra vem com tudo o que há de moderno na previdência, e estabelece como premissa de risco o tracking error ou divergência não verificada”, assinala ele. O tracking error, que começa a substituir o VaR (Value at Risk), permite sintonizar a política de uma entidade com seu passivo, utilizando como parâmetro uma meta atuarial mínima, enquanto pelo sistema anterior o fundo de pensão focava mais no ativo, uma vez que sua metodologia se baseia na oscilação diária dos valores dos ativos.
Outro ponto abordado sobre a 3.121, mas agora comentado pelo diretor do departamento de fiscalização da Secretaria de Previdência Complementar, Waldemir Bargieri, é o que diz respeito ao aumento da responsabilidade do conselho fiscal das fundações, que passam a acompanhar de perto os investimentos – função antes delegada às auditorias externas. Em sua apresentação, o diretor também discutiu o que chamou de desafios da gestão de recursos das entidades de previdência fechada. Entre eles, estariam diversos riscos, entre os quais de oscilação de mercado, de liquidez ou mesmo de estratégia, que, caso não contornados, põem em risco a saúde e as reservas do plano.