Previsões nada otimistas | Rentabilidade dos fundos de pensão pod...

Edição 107

As previsões de rentabilidade futura para os investimentos dos fundos de pensão não são tão alentadoras. Estudo da FGV mostra que a queda na rentabilidade dos fundos de pensão hoje não é pontual, ou seja, não é reflexo do mau desempenho das bolsas de valores ou do desaquecimento global e sim uma tendência a se confirmar pelos próximos anos.
Feito a pedido da Abrapp, e englobando os principais indicadores e parâmetros dos fundos de pensão, o levantamento avaliou o comportamento dos ativos dos fundos de pensão entre 1979 e 2000 versus a economia e visou criar um cenário capaz de suportar os cálculos atuariais dos planos de previdência nos próximos 30 anos.
O estudo da FGV indica que nos próximos 30 anos a rentabilidade média das aplicações dos fundos deve ficar em torno de 5,5% ao ano, quase um terço inferior aos 14,5% praticados no ano passado e bem menor que a média anual de 8,8% registrada nas últimas duas décadas (1979/2000). “Esta é a remuneração média com que trabalham os pension funds norte-americanos”, lembra o economista Fernando Garcia.
Para o professor Rabelo, também participante do estudo, os resultados revelam que os participantes dos fundos de pensão já têm garantidos os pagamentos em média de 12,6 anos de benefícios, mas, pelos números, tudo indica que os anos entre 2005 e 2020 serão os mais críticos para o sistema de previdência fechada. Depois de experimentar uma significativa evolução nas décadas de 80 e 90, saltando de US$ 10 bilhões para US$ 155 bilhões, este segmento deve registrar uma contração.
Ainda no Congresso foi aventada a possibilidade de um acordo entre a Abrapp e a FGV/SP para a realização periódica do levantamento da situação dos fundos.