Edição 124
Foi inaugurada no último dia 11 de setembro, oficialmente, a coordenação previdenciária dos municípios do Piauí, para ser o braço previdenciário da Associação Piauiense de Municípios (APPM). A coordenação vai reunir cerca de 150 dos 222 municípios do Piauí, que passarão a ter, a exemplo do que já está acontecendo com os municípios de Pernambuco, um sistema de institutos de previdência consorciado, tanto na área de passivos quanto de ativos.
Dos 14 gestores de recursos que participaram da concorrência para administrar os recursos do consórcio previdenciário do Piauí, foram selecionados dois: Caixa Econômica Federal e Santos Asset. A expectativa é que o pool de municípios do consórcio aportem algo como R$ 12 milhões mensais para gestão. Além disso, também foi selecionada a empresa Icatu para fazer a terceirização dos riscos não programados e a Jones Lang Lasalle para fazer a gestão da carteira imobiliária.
A Sonda ficará responsável por criar uma rede de comunicação entre a APPM e os institutos e a Serconprev lidará com a parte atuarial dos institutos. O contrato com essas empresas, formalizando o negócio, será assinado no próximo dia 25 de setembro.
De acordo com o diretor da Serconprev, Ildemar Silva, o próximo passo será iniciar um cliclo de palestras e reuniões com os institutos municipais do estado, para esclarecer dúvidas e auxiliá-los nas medidas práticas a serem tomadas. Além disso, a consultoria poderá convencer das vantagens do consórcio aos municípios ainda relutantes em aderir a ele. Dos 163 municípios piauienses que participaram do programa organizado pela Universidade de Brasília – que instituiu regimes previdenciários aos municípios que antes trabalhavam com o INSS – , nem todos confirmaram presença no consórcio. “Mas, a expectativa de adesão chega a 90%”, comenta Silva.
Ativos – As decisões sobre investimentos serão tomadas por um comitê de investimentos, formado por representantes de cada uma das empresas participantes do consórcio e mais um dirigente da APPM. De acordo com o gerente nacional de previdência de estados e municípios da Caixa, Gustavo Barbosa, “a administração dos recursos seguirá um perfil mais conservador”.
O consórcio municipal do Piauí prevê uma meta atuarial de IGP-M+6%, o que deverá ser buscado basicamente com aplicações em títulos públicos, explica Barbosa. “Quando o assunto é recurso previdenciário, a ordem é não arriscar”, diz.
Mesmo observando que a legislação permite aos regimes próprios aplicar em fundos imobiliários e outros produtos de investimento mais complexos, o comitê deliberou que ainda não é a hora. “Possivelmente, em função do volume administrado, vai chegar o momento de usarmos mais opções do mercado, mas nesse primeiro ano de funcionamento ainda não”, explica.