Pena explica o déficit do Plano 1 da Previ em audiência pública

Ricardo Pena, superintendente da Previc

O superintendente da Previc, Ricardo Pena, participou nesta quarta-feira (20/8) da audiência pública na Câmara dos Deputados, convocada pelo deputado federal Allan Garcês (PP-MA), destinada a esclarecer as circunstâncias do déficit do Plano 1 da Previ em 2024. Falando aos parlamentares por vídeo-conferência, Pena ressaltou que “o resultado negativo apurado em 2024 pelo Plano 1 da Previ não configura prejuízo financeiro, pois não houve realização (venda) dos ativos”.

Segundo Pena, o déficit registrado pela entidade em 2024 “foi fruto de flutuações econômicas, numa conjuntura onde as bolsas caíram 10%, os títulos públicos recuaram 8%, mas como a Previ não vendeu os ativos que estavam na carteira, então não houve prejuízo”.

Pena contextualizou a situação da Previ mostrando que o sistema de previdência complementar tem alternado, nos últimos anos, períodos nos quais o superávit consolidado supera o déficit consolidado e outros no qual a situação é inversa. Em 2015, por exemplo, o superávit do setor foi de R$ 15 bilhões para um déficit de R$ 72 bilhões, resultando num déficit líquido de R$ 61 bilhões. Já em 2023 a situação foi inversa, com um superávit consolidado de R$ 39 bilhões para um déficit de R$ 24 bilhões, caracterizando um superávit líquido de R$ 15 bilhões.

O ano de 2024 voltou a registrar um déficit líquido de R$ 10 bilhões, em consequência de um superávit consolidado de R$ 22 bilhões para um déficit de R$ 32 bilhões. É nesse contexto que se insere o déficit do Plano 1 da Previ, com R$ 17 bilhões negativos registrados 2024, mas que em 2025, até a metade do ano, já registra um superávit de R$ 1,4 bilhão, explicou Pena.

O superintendente da Previc ressaltou ainda que o Plano 1 da Previ, atualmente fechado ao ingresso de novos participantes, possui patrimônio de 239 bilhões com 106 mil participantes e assistidos, dos quais 97% já se aposentaram. Em consequência desse perfil mais “maduro”, o plano tem seguindo nos últimos anos uma estratégia de elevar a participação dos títulos públicos na sua carteira de investimentos, em detrimento de investimentos de risco. Essa política, conhecida no mercado financeiro como “imunização de carteira”, além de reduzir os riscos do plano e elevar sua liquidez, tem conseguido comprar títulos públicos que pagam 7% ao ano mais inflação. “Acima do atuarial do plano”, explicou Pena aos parlamentares.