Participantes querem mais transparência | Associações de funcioná...

Edição 129

As associações ligadas à Universidade de Yale, em Connecticut, estão pressionando dirigentes da instituição para dar maior abertura nas informações acerca dos investimentos que realiza com recursos doados por terceiros e que somam US$ 10,5 bilhões. A mesma exigência é feita em relação às aplicações do fundo de pensão, que chegam a US$ 500 milhões em ativos.
Dirigentes da federação que congrega trabalhadores do hospital e da universidade local, a Federation of Hospital and University Employees, reclamam que os dirigentes da consultoria de investimentos de Yale retêm informações sobre participações em private equity – principal investimento da universidade. A federação quer que diretores de Yale abram os livros de contabilidade do fundo de pensão e de doações investidas nessas ações, e adote padrões de transparência similares àqueles usados pela fundação da Universidade do Texas, que adotou uma política de máxima abertura depois de intensa pressão política.
O analista e pesquisador da Federation of Hospital and University Employees, Antony Dugdale, disse que o fato de saber como estão as alocações em private equity derivadas tanto do fundo de pensão quanto de doações de terceiros ajuda na avaliação do próprio patrimônio da entidade. “O Yale Investment Office, que administra nossos fundos de pensão, não abre a alocação dos ativos ou a performance por classe de ativos”, reclamou Dugdale, explicando que recentemente pediu novas informações e teve o pedido negado.
Dirigentes do escritório de investimentos de Yale se negaram a comentar sobre doações, transparência financeira ou sobre qualquer pedido feito pela federação na direção de uma maior abertura na política de investimentos da escola. “As doações não são um assunto corrente. Elas são de natureza privada e não falamos sobre isso publicamente”, informou o porta-voz de Yale, Tom Violante, que acrescentou não existirem planos para aumentar a abertura nas doações ou nos portfólios dos fundos de pensão em um futuro próximo.
Embora Yale seja considerada pioneira em investir em private equity, Dave Swensen, diretor de investimentos, disse que a universidade planeja reduzir a meta de alocação desses papéis de 25% para 20% do total de ativos, por dificuldades em atingir a meta.

Poucos recursos – Os funcionários de Yale têm poucas chances de conseguir maior transparência financeira nos investimentos do fundo e das doações, de acordo com Dugdale. Entretanto, ele disse que se as exortações das federações não tiverem sucesso, o próximo passo seria queixar-se ao Internal Revenue Service, uma agência ligada ao Departamento do Tesouro americano que poderia ordenar a abertura dos negócios investidos.