Pactual lança fundo de private equity de energia | Com um valor d...

Edição 97

O Banco Pactual está estruturando um fundo de private equity no valor de R$ 200 milhões para investir na área de energia elétrica, basicamente em pequenas centrais e em termelétricas de pequeno e médio porte. O projeto do fundo já foi encaminhado pela direção do banco à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), devendo ser apreciado por esta em no máximo um mês.
Segundo o responsável pela área de investidores institucionais do Pactual, Sérgio Cutolo, o fundo terá uma duração de 5 anos, podendo ser prorrogado por mais 3 anos, em três períodos sucessivos de 1 ano cada. Dos 5 anos previstos para a duração do fundo do Pactual, 2 devem ser gastos na fase de investimentos e os 3 restantes na maturação dos projetos.
Assim que o projeto for aprovado pela CVM, o Pactual começa um road-show para apresentar o fundo a potenciais aplicadores, basicamente investidores corporativos, estrangeiros e institucionais. “É um fundo dirigido especificamente ao investidor qualificado”, explica Cutolo. A cota mínima deve ser de R$ 500 mil.
O Pactual também será um dos cotistas do fundo, como forma de demonstrar sua confiança no potencial da área de energia elétrica. Cutolo não quis antecipar, porém, qual deve ser o investimento do banco no fundo, mas adiantou que será “um montante considerável”. O fundo deve buscar participações de cerca de um terço nos projetos selecionados.
Uma das exigências do fundo para investimento será de que os projetos identifiquem claramente, no “business plan”, a sua demanda energética. “Só entraremos em projetos com demanda prévia acertada”, conta Cutolo.
Embora ainda não disponha de um número para apresentar aos investidores como expectativa média de retorno, ele garante que a atual situação de escassez de energia por que passa o país garante uma ótima rentabilidade para o setor nos próximos anos. De acordo com ele, a rentabilidade média de projetos similares desenvolvidos nos últimos anos tem sido de 15% ao ano, em dólar.
Mesmo antes da aprovação do fundo pela CVM, já existe uma série de projetos sendo analisados pelo banco. “Estamos analisando o setor há 10 meses, é um setor que conhecemos bem e no qual temos bastante tradição”, explica. “Temos ótimos analistas na área, além de termos participado da GTD, o consórcio que comprou a primeira empresa elétrica dentro do processo de privatização, a Escelsa”.
A estruturação do fundo do Pactual foi feita com a ajuda da consultoria de Mário Veiga Pereira, que dá consultoria à Aneel e à Eletrobrás, além de ter ajudado na elaboração do Mercado Atacadista de Energia (MAE) e do Operador Nacional do Sistema (ONS). Um dos compromissos do fundo, expresso em contrato, é adotar princípios de boa governança corporativa, incluindo normas de transparência e “disclosure” das informações.
Segundo Cutolo, um dos atrativos do fundo para os investidores qualificados é a escassez de boas empresas de energia para se investir no Brasil, o que deve garantir uma via de saída na hora do desinvestimento, através da colocação nas bolsas. “Na Bovespa, temos apenas a Cemig (com todos os problemas relacionados ao governo de Minas Gerais), a Copel (com a indefinição em relação à privatização) e a Eletrobrás (estatal). Quando as novas empresas chegarem às bolsas, a demanda deve ser alta”, conclui.